Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Kappaun, Nádia Roberta Chaves |
Orientador(a): |
Minayo Gomez, Carlos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24635
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Resumo: |
O cuidado paliativo moderno é um movimento que surgiu no sentido de superar manifestações de destituição da autonomia do paciente em relação a decisões referentes à sua vida e até mesmo à sua morte. Diz-se que esse movimento defende um novo modelo de morte, a “boa morte”, em que ela ocorra sem dor nem angústia, no local e na companhia de quem o paciente desejar. Esse cuidado implica em uma peculiar relação entre equipe de saúde e pacientes, trazendo também a família para participar ativamente das decisões e das ações de cuidado. Assim, a relação de serviço nessa modalidade ganha centralidade, apontando para a importância de se compreender esse processo de trabalho a partir dessa relação. Nesse sentido, este estudo buscou analisar o trabalho em cuidados paliativos sob o ponto de vista das relações que se estabelecem no cuidado ao paciente, particularmente quando se tem que lidar com o processo de morrer. Constituiu-se em uma pesquisa qualitativa com abordagem compreensiva, que utilizou observação participante e entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde das diversas áreas de formação em um hospital federal que oferece cuidados paliativos oncológicos. Observou-se que a maioria absoluta de profissionais era do sexo feminino e não conhecia a proposta dos cuidados paliativos quando começou a trabalhar na unidade, percorrendo uma trajetória de identificação, mas também de questionamento quanto à atuação profissional, tanto em relação aos conhecimentos da formação educacional como aos próprios valores pessoais. As entrevistadas destacaram aspectos da organização do trabalho e seu impacto na saúde, a atuação em equipe e a relação com pacientes e familiares, enfatizando como característica mais marcante desse trabalho o lidar constante com o sofrimento dos pacientes e das famílias. Porém, a frequência com que ocorrem óbitos também traz elementos que determinam o trabalho e mobilizam as trabalhadoras. Assim, é necessária uma relação diferenciada entre profissional de saúde, pacientes e familiares, revelando-se como o campo do qual emanam as principais questões vivenciadas pelas trabalhadoras; quando vínculos são estabelecidos e surge a identificação, o compartilhamento do sofrimento, mas também o conflito entre culturas, opiniões e decisões. Isso influencia o processo de trabalho, onde há exigências, mas também reconhecimento por parte dos usuários, gerando, paradoxalmente, desgaste e satisfação. Conclui-se que o caráter de imprevisibilidade inerente ao trabalho em cuidados paliativos aponta para a necessidade de se considerar a relação de serviço como elemento importante para se desenvolver ações de promoção à saúde e prevenção de agravos relacionados a esse trabalho. |