Impacto da optimização de recursos no cuidado primário da hipertensão arterial sistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Didier, Maria Teresa de Oliveira Vicente
Orientador(a): Guimarães, Armênio Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34947
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica é um fator de risco maior de doenças cardiovasculares, contribuindo sobremaneira para altos índices de morbidade e mortalidade em todo o mundo. A despeito do conhecimento fisiopatológico e terapêutico, os índices de controle pressórico ainda são baixos. O trabalho tem o objetivo de verificar o impacto de um modelo de abordagem multiprofissional no controle da hipertensão arterial. Métodos: Trata-se de estudo clínico, prospectivo, de controle histórico. Foram estudados pacientes hipertensos atendidos no Centro de Saúde Sete de Abril, em Salvador, de junho a novembro de 2003, sob acompanhamento há mais de um ano. Oitenta e oito (88) desses pacientes foram acompanhados por uma equipe interdisciplinar, de janeiro a dezembro/2004, com consultas e palestras educativas, periódicas. Todos tiveram avaliação laboratorial, ECG de repouso e RX de tórax em PA. A análise estatística incluiu a distribuição de freqüência das principais variáveis antropométricas e clínicas, a comparação entre os valores pressóricos, no início do estudo, seis e doze meses depois, e a influência de variáveis de interesse no controle da pressão arterial. A amostra constituiu-se de 69 mulheres (78,41 %), apresentou média de idade de 58,03 ± 9,90 anos e baixa escolaridade (85,37% tinham até o ensino fundamental incompleto). A mediana de pressão arterial era de 166 / 96,5mmHg, no início do estudo, com redução para 146,75 / 85,25 mmHg, no meio (p< 0,000), e 134/8OmmHg no final (p< 0,000). Metade da amostra teve uma redução de 28mmHg na pressão sistólica e de l4mmHg na pressão diastólica e a taxa de controle da pressão arterial (< 140;/9OmmHg) aumentou de 10,23% para 48,81% (p< 0,0000). A mediana do colesterol total diminuiu de 217 mg/dl para 194 mg/dl, p< 0,0004. A mediana do número de consultas ao médico aumentou de 2 para 7 ao ano, à enfermeira, de 5 para 9 e à nutricionista de zero para 2. Houve um aumento na prescrição de hidroclorotiazida, bloqueadores de canais de cálcio, betabloqueadores e simpaticolíticos de ação central do início para o meio do estudo, mantendo-se até o final. A adesão ao tratamento, referida pelos pacientes, aumentou de 73,56% para 91 ,57%, mantendo-se estável. A redução na pressão arterial não apresentou correlação significativa com o número de visitas ao médico e à enfermeira ou com a variação do número de medicações usadas ou adesão ao tratamento, porém correlacionou-se com as variações de glicemia e colesterol total sérico. Concluímos que o modelo de abordagem multiprofissional no cuidado primário à hipertensão arterial apresentou impacto positivo no controle da pressão arterial.