Avaliação do polimorfismo genético das Proteínas de Superfície do Merozoíto de Ligação ao Duffy 1 e 2 (MSPDBL-1 E MSPDBL-2) de Plasmodium falciparum e o seu impacto nos epítopos imunodominantes de células B e T em áreas endêmicas brasileiras de malária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lemos, Juliana Aline de Souza
Orientador(a): Riccio, Lilian Rose Pratt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60839
Resumo: A malária é uma doença causada por protozoário do gênero Plasmodium. Estima-se que ocorram 229 milhões de casos e 409 mil mortes decorrente da malária, a maioria causada por Plasmodium falciparum (P. falciparum). A infecção por essa espécie é preocupante no Brasil, principalmente após a descrição de isolados com susceptibilidade reduzida aos derivados de artemisinina no Suriname e Guiana Francesa, alertando para o risco de surgimento e introdução de resistência aos antimaláricos no Brasil. Nesse contexto, o desenvolvimento de uma vacina tem sido uma das principais estratégias para enfrentar esse problema. Entretanto, até o momento nenhuma vacina licenciada atingiu eficácia de 75%, tornando importante a busca de novos candidatos vacinais mais eficazes. A Proteína de Superfície do Merozoíto de Ligação ao Duffy 1 e 2 (MSPDBL-1 e a MSPDBL-2) são duas proteínas que se ligam diretamente a Proteína da Superfície do Merozoíto 1 (MSP-1) na superfície do parasito, formando um complexo na superfície do eritrócito através do seu Domínio de Ligação ao Duffy (DBL) facilitando a invasão do P. falciparum no eritrócito. Considerando que a extensiva diversidade genética exibida pelo P. falciparum é um fator importante para a evasão do parasito ao sistema imune do hospedeiro, acreditamos que a presença de polimorfismos nas regiões genéticas que codificam as proteínas MSPDBL-1 e MSPDBL-2 pode modular as respostas imune celular e humoral específicas. Assim, nos propomos a identificar polimorfismos genéticos e avaliar o impacto desses polimorfismos nas regiões potencialmente antigênicas no DBL e no Antígeno Polimórfico Secretado Associado com Merozoítos (SPAM) das proteínas MSPDBL-1 e MSPDBL-2 em isolados de P. falciparum que circulam em áreas endêmicas de malária da Amazônia Brasileira (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Guajará) por meio de ferramentas de predição in sílico. Nossos estudos mostraram uma maior diversidade genética na região gênica que codifica a MSPDBL 1 quando comparada a MSPDBL-2, principalmente na região gênica que codifica o domínio DBL. Análise de predição in sílico de epítopos B e T imunodominantes, considerando a sequência referência 3D7, evidenciaram 15 epítopos de células B e 14 epítopos de células T que são reconhecidos com frequência de 50 a 82 % dos Antígenos do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) e que a presença desses polimorfismos parece impactar nos epítopos T e B imunodominantes das MSPDBL-1 e MSPDBL-2. Nossos dados ressaltam que avaliar polimorfismos genéticos em regiões que codifiquem epítopos imunodominantes é um ponto crucial no desenvolvimento de uma vacina antimalárica pelo potencial de geração de mecanismos de escape do parasito ao sistema imune do hospedeiro