Potencialidades do cuidado em saúde mental na atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bezerra, Tiago Lopes
Orientador(a): Baptista, Tatiana Wargas de Faria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47340
Resumo: Essa pesquisa tem como objetivo conhecer as potencialidades do cuidado em saúde mental realizado pela Estratégia da Saúde da Família. O autor desse estudo é um assistente social da área da saúde mental, que em sua trajetória profissional teve a oportunidade de trabalhar em um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) do município do Rio de Janeiro, entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2020. Provocado e desconcertado pela potência e desafios postos ao cuidado em saúde mental na atenção primária, foi realizado um estudo cartográfico sobre essa experiência, uma Cartografia do feito, do vivido, visto que o campo que inicialmente era apenas de prática, foi se transformando também em campo de estudo. Na experiência do autor, quatro pistas foram seguidas para que tais potencialidades fossem evidenciadas: o NASF, os agentes comunitários de saúde, a intercessão entre a atenção primária e a saúde mental, e as invisibilidades descortinadas por esses cuidados. Para subsidiar as discussões do cuidado em saúde da experiência retratada, foram travados diálogos com aportes teóricos de Emerson Merhy e Laura Feuerwerker, Luiz Cecílio, José Ricardo Ayres e Paulo Amarante. Os resultados desse estudo apontam potência bastante significativa do cuidado em saúde mental realizado pelo campo da atenção primária, de modo especial na Estratégia de Saúde da Família. A proximidade entre os serviços da atenção primária e o local de moradia dos usuários faz com que o território seja o elemento central de uma gama importante de possibilidades de cuidado em saúde mental. Na presente experiência foi possível identificar que há muitos casos que por diversas razões não conseguem ser acompanhados pelos serviços especializados em saúde mental, de modo que cabe à atenção primária assistir esses usuários. Por se tratar de uma experiência em um território vulnerabilizado do Rio de Janeiro, é possível perceber que a crise estrutural das políticas públicas no Brasil, a ausência do Estado na vida dessa população e o atual processo de desmonte da rede de atenção primária no Rio de Janeiro, fazem com que tanto os trabalhadores desses territórios quanto essa população operem relações de resistência, seja para sobreviver, seja para defender o SUS, reforçando, desse modo, a importância do cuidado em saúde mental na atenção primária.