Novas práticas de cuidado e produção de sentidos no contexto da reforma psiquiátrica brasileira: análise da experiência do grupo harmonia enlouquece no campo da saúde mental no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Calicchio, Renata Ruiz
Orientador(a): Rozemberg, Brani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5086
Resumo: Em um contexto marcado pela emergência de novos paradigmas e de um novo modelo de cuidado no campo da Saúde Mental e Coletiva e, diante da necessidade de refletir sobre o que está se produzindo no cotidiano dos serviços de saúde mental, apresenta-se neste trabalho a análise de uma experiência. Trata-se do estudo de caso do grupo “Harmonia Enlouquece”, formado por técnicos e usuários a partir de uma oficina de musicoterapia em um serviço de saúde mental no município do Rio de Janeiro. O trabalho teve como objetivo compreender como e em que condições são criadas novas práticas de cuidado e os sentidos produzidos sobre as mesmas, confrontando-os com os pressupostos da desinstitucionalização e da Reforma Psiquiátrica Brasileira, bem como, evidenciar avanços e desafios na inovação das práticas institucionais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa fundamentada na perspectiva do construcionismo social. Os resultados obtidos revelam a importância de contextos sóciopolítico e institucional favoráveis assim como a ênfase nas relações como condições que favoreceram a emergência e evolução desta prática alternativa. Nesse contexto, foi possível identificar novos e “tradicionais” sentidos sobre: o trabalho em saúde mental, o tratamento, o trabalho terapêutico e ainda sobre o processo saúde/doença. Foi possível identificar mudanças nas relações mais acolhedoras e humanizadas sendo estas reconhecidas como as principais estratégias de cuidado. Tal estratégia vem proporcionando ainda a melhoria da qualidade de vida e relações das pessoas envolvidas e no âmbito institucional. À medida que a prática extrapola o contexto institucional, evidenciam-se avanços na articulação entre finalidades clínicas, políticas e sociais. Paradoxalmente, foram encontradas ambigüidades nesta articulação que, em última instância, evidenciam impasses na superação do modelo médico hegemônico e na carência de investimentos em ações e políticas intersetoriais para o avanço e consolidação da Reforma Psiquiátrica e do SUS.