Estudo clínico e epidemiológico de pacientes com esporotricose humana no município de Nova Iguaçu - janeiro de 2014 a dezembro de 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cardozo, Maria da Glória Wanderley
Orientador(a): Struchiner, Claudio José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47590
Resumo: A esporotricose tem se apresentado como um grave problema de saúde pública no Estado do Rio de Janeiro, de maneira especial no município de Nova Iguaçu. A forma como essa doença se manifesta ainda não está totalmente esclarecida. O presente estudo tem como objetivo identificar as características clínico-epidemiológicas da esporotricose humana e investigar a relação entre algumas variáveis e a ocorrência de diferentes formas clínicas dos pacientes atendidos na rede de saúde do município de Nova Iguaçu no período entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018. O banco de dados foi extraído do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET) do município, totalizando 538 casos. Na análise, verificou-se predominância de casos em mulheres (65,43%), sendo a faixa etária com mais ocorrências entre 30 a 59 anos (53,16%). A forma cutânea fixa foi predominante entre os casos (46,84%), ocorrendo especialmente nos membros superiores e inferiores (mãos \2013 30,3%, braços /antebraços -25,09%, pernas e pés \2013 24,35%). Os felinos foram a fonte mais frequente de infecção (94,05%). O modelo de regressão logística multinomial foi utilizado para modelar probabilidades de resultados das categorias de desfecho. As variáveis que se mostraram significativas foram a faixa etária e o local da lesão. Os resultados demostraram que a razão de chances (OR) para a faixa etária e o local da lesão se alterou de forma significativa quando o modelo foi ajustado. Pacientes jovens (15 a 29 anos / OR =3), adultos (entre 30 a 59 anos/OR = 9) e idosos (acima de 60 anos/OR = 200) apresentaram mais chances de apresentar a forma linfocutânea do que a forma cutânea fixa da esporotricose. O local da lesão (local de inoculação) parece influenciar em menor escala a chance da forma da lesão: face (OR =0,09) e tronco (OR = 0,3) para lesão linfocutânea; mãos (OR =0,2) e pernas/pés (OR =0,04) para a lesão cutânea disseminada. A distribuição espacial dos casos coincidiu com os bairros mais populosos, como Comendador Soares, Centro, Austin, Bairro da luz, Cabuçu, Santa Rita, Cerâmica, e Miguel Couto. A distribuição desigual das incidências de esporotricose segundo os bairros de residência no período, demostra a importância de analisar a transmissão desse agravo em um formato mais abrangente em estudos futuros.