Humanização da assistência ao parto: conceitos, lógicas e práticas no cotidiano de uma maternidade pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Dias, Marcos Augusto Bastos
Orientador(a): Deslandes, Suely Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Fernandes Figueira
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3424
Resumo: Problematizar o conceito de humanização da assistência articuladas pelos profissionais de saúde envolvidos no atendimento à parturiente e também analisar as expectativas das mulheres em relação ao atendimento que receberiam na maternidade no momento da internação para a assistência ao trabalho de parto e sua experiência durante o mesmo. Foi utilizada a metodologia qualitativa empregando para a obtenção dos dados as técnicas de observação participante e realização de entrevistas. Na construção do marco teórico ficou evidenciada a polissemia do termo humanização da assistência e a ampla abrangência do seu significado mesmo quando restrito ao campo da assistência ao parto. Sobressai também nesta construção as críticas ao modelo tecnocrático vigente de assistência ao parto e suas diferenças em relação ao modelo holístico proposto por alguns autores como forma de humanização da assistência ao parto.Como resultados o autor aponta que a atenção ao parto e nascimento na maternidade estudada segue predominantemente o modelo médico tecnocrático, utiliza rotinas de assistência que estão contra-indicadas pelas pesquisas baseadas em evidências científicas tendo como conseqüência a negação de vários direitos das mulheres. Aponta ainda que a política de humanização da assistência ao parto ainda é desconhecida das mulheres, suas expectativas em relação ao atendimento para o parto constituem-se basicamente em conseguir vaga para a internação, ser tratada com educação e ter um cuidado tecnicamente competente para ela e seu bebê.Os principais sentidos atribuídos pelos profissionais à humanização da assistência estão relacionados à oferta de acolhimento para diminuir o sofrimento, uma boa relação profissional-paciente e dar informações sobre trabalho de parto e os cuidados a serem realizados. Elementos que ainda não estão incorporados à sua rotina de assistência.O autor conclui que, embora ainda não sejam conseqüências da rotina da instituição ou do desejo das mulheres, mas principalmente de comportamentos individuais, alguns elementos importantes da proposta da humanização da assistência já estão sendo incorporados ao cotidiano da maternidade, especialmente pelas enfermeiras obstetras. Conclui também pela necessidade de reavaliação da formação acadêmica dos recursos humanos em saúde envolvidos na assistência ao parto e da promoção de iniciativas que garantam o trabalho interdisciplinar.