Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Priscila de Cássia da |
Orientador(a): |
Alves, Érica Alessandra Rocha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48734
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Resumo: |
Durante o tratamento anti-Leishmania pode ser observado resistência dos parasitos ao medicamento, além de sinais severos de toxicidade. Portanto, novas alternativas terapêuticas com baixa toxicidade e alta eficácia para o tratamento das leishmanioses são necessárias. Foi demonstrado que nanopartículas de óxido de ferro exercem ação anti-Leishmania por aumentarem a permeabilidade da membrana dos parasitos, bem como por meio da indução da produção de óxido nítrico pelos macrófagos infectados. Assim, foi hipotetizado que nanopartículas de maghemita encapsuladas com polianilina, um nanocompósito de óxido de ferro, poderiam exercer ação antiparasitária, contribuindo para o controle da doença. Para investigar tal hipótese, foi avaliado o efeito de nanopartículas de maghemita encapsuladas com polianilina sobre macrófagos infectados in vitro com espécies de Leishmania causadoras de leishmaniose tegumentar. Inicialmente, células THP-1 foram diferenciadas em macrófagos pela adição de 12-miristato 7-phorbol acetato (PMA) ao meio de cultura. Em seguida, as células foram infectadas com L. (L.) amazonensis, L. (V.) braziliensis e L. (V.) guyanensis e tratadas com 0,06 mg/mL de nanopartículas de óxido de ferro por 24 e 72 horas. Após o tratamento, os sobrenadantes da cultura foram coletados e as células foram coradas com Instant-Prov. Em seguida, as células THP-1 foram avaliadas por microscopia óptica para analisar o índice de infecção, bem como o número de células aderentes e a porcentagem de células interagindo com as nanopartículas. Nos sobrenadantes da cultura, foram mensurados os níveis de óxido nítrico (NO) e de citocinas. Os níveis de NO foram determinados pelo método de Griess. Os níveis de citocinas foram avaliados por citometria de fluxo. Além disso, a viabilidade dos parasitos foi determinada pela contagem do número de promastigotas que proliferaram de amastigotas intracelulares. Os dados mostraram que o tratamento com as nanopartículas não alterou o índice de infecção dos macrófagos, bem como não modificou a viabilidade dos parasitos intracelulares. Essa ausência de efeito antiparasitário foi seguida de uma reduzida capacidade de as nanopartículas interagirem/penetrarem nas células parasitadas, tendo ocorrido um menor percentual de células em contato com as nanopartículas na presença da infecção. Contudo, as nanopartículas foram capazes de induzir a produção de NO, bem como das citocinas IL-1β, IL-6 e IL-10. Porém, os níveis produzidos foram insuficientes para alterar a carga parasitária, bem como a viabilidade dos parasitos intracelulares. Embora a ineficiência do tratamento em reduzir a carga parasitária possa ter sido ocasionada pela incapacidade de as nanopartículas induzirem potentes mecanismos microbicidas nos macrófagos, a impossibilidade de interagirem ou ingressarem nas células parasitadas pode ter sido a principal causa da ausência de ação antiparasitária por parte de tais nanocompósitos. Embora o estudo aqui apresentado não tenha demonstrado ação antiparasitária por parte das nanopartículas de maghemita encapsuladas com polianilina, foi possível avançar no conhecimento da interação entre nanopartículas de óxido de ferro no contexto da infecção pelas leishmanias e ainda pensar novas possibilidades de estudos in vitro e in vivo empregando tais nanopartículas no contexto das leishmanioses. |