Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Farias, João Ramalho Ortigão |
Orientador(a): |
Almeida, Vinícius Cotta de,
Savino, Wilson |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52541
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Resumo: |
As integrinas são moléculas de adesão celular cruciais para o funcionamento do sistema imunológico. Entre elas, a integrina VLA-4 (α4β1) desempenha relevante papel no processo de extravasamento dos linfócitos T nos locais de inflamação ou lesão e na comunicação entre a célula T e as células apresentadoras de antígeno. O bloqueio de VLA-4 tem sido testado e utilizado para o tratamento de doenças autoimunes com consequente redução da localização tecidual dessas células por seu efeito inibitório sobre a migração de células T. Entretanto, a intervenção farmacológica sobre as integrinas tem se mostrado um grande desafio devido ao seu complexo mecanismo de sinalização, perfil de expressão distribuído por quase todas as células do corpo e composição com subunidades comuns a diferentes integrinas com funcionalidades bastantes distintas. Nesse contexto, esse projeto visa aprofundar o conhecimento sobre o papel de VLA-4 no funcionamento das células T através da inativação do gene ITGA4 como forma de estudo da participação deste gene nos processos de ativação, adesão e migração. O gene ITGA4 (codificante para a subunidade α4 de integrina) foi inativado por CRISPR/Cas9 em células Jurkat, uma linhagem linfoblástica de células T. A caracterização funcional das células ITGA4-KO revelou um aumento da transmigração in vitro frente à fibronectina, enquanto que a motilidade sobre uma superfície plana coberta com esta proteína foi prejudicada. As células mutantes apresentaram um padrão de crescimento diferente das células não mutantes quando ambos os cultivos estavam em alta concentração. Curiosamente, as células ITGA4-KO apresentaram menor mobilização de cálcio em relação às células Jurkat não mutantes Para melhor compreendermos as alterações moleculares que poderiam estar associadas a essas alterações fenotípicas, foi realizado um sequenciamento massivo de RNA para comparar o perfil de transcrição das células mutantes e não mutantes sob as condições de ativação e não ativação via TCR. As células mutantes possuem um padrão de transcrição gênica compatível com um perfil de ativação celular e diferenciação para o subtipo Th1. Entretanto, quando submetemos as duas linhagens a tratamento com anticorpos ativadores da via de sinalização pelo TCR, as células não mutantes apresentaram índices de expressão mais elevados para genes relacionados à ativação celular. A inativação de ITGA4 em células Jurkat indicou um mecanismo de regulação negativa da via do TCR, pois promoveu a elevação de transcrição de moléculas envolvidas na ativação linfocitária como os marcadores CD69 e Nur77 (NR4A1). Embora o LFA-1 tenha função bem definida sobre a coestimulação da via do TCR, o papel de VLA-4 ainda não está bem estabelecido. Assim, nossos resultados trazem novas perspectivas para funções de VLA-4 na biologia da célula T e novas implicações em abordagens que visam a essa integrina como alvo terapêutico. Até então, as integrinas nunca haviam sido relacionadas a tal função e apenas a importância de LFA-1 para a coestimulação da via do TCR havia sido reportada. Este resultado traz uma nova perspectiva para abordagens que visam o ITGA4 como alvo para terapia gênica |