Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Souza, Amanda Coutinho de |
Orientador(a): |
Junqueira, Angela Cristina Verissimo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47388
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Resumo: |
O extrativismo de recursos naturais é uma atividade econômica importante para a população da Microrregião do Rio Negro, Amazonas. Os principais recursos são as fibras da palmeira Leopoldinia piassaba e os alimentos de frutos de palmeiras. Como consequência, desta relação homem-palmeira-triatomíneos, observa-se 5,2% de prevalência dos casos sorologicamente positivos para anticorpos anti Trypanosoma cruzi, assim como notificação crescente de surtos de doença de Chagas aguda (DChA) com vínculo epidemiológico a ingestão de sucos de frutos de palmeiras. O objetivo foi avaliar as características morfológicas da palmeira L. piassaba que influenciam na infestação de R. brethesi e desenvolver atividades de promoção da saúde como medidas de vigilância e prevenção da DCh. O estudo confirmou a presença de R. brethesi e Panstrongylus geniculatus nos piaçabais dos rios afluentes nas margens direita e esquerda do rio Negro. A partir da pesquisa nos piaçabais foram georreferenciadas 140 palmeiras, sendo 115 L. piassaba, 05 Manicaria saccifera (buçu), 05 Attalea maripa (inajá), 04 Oenocarpus bacaba (bacaba) e 11 Oenocarpus bataua (patauá). Foram capturadas 357 ninfas em armadilhas Noireau, somente em palmeiras L. piassaba, e 305 adultos nas armadilhas luminosas. Verificou-se características distintas entre os piaçabais que estão ao norte dos piaçabais dos que ficam ao sul do Rio Negro. As características morfológicas de L. piassaba estudadas foram altura, folhas jovens e folhas antigas, sendo comparadas com rio e margem. A análise estatística confirmou que o número de folhas jovens presentes na L. piassaba e o rio onde elas estão são fatores que contribuem na infestação do R. brethesi. A identificação da infecção natural por PCR dos espécimes de R. brethesi demonstrou positividade para T. cruzi em 38% (78/206) dos adultos, 9% (2/22) das ninfas. No exame parasitológico foram 54% adultos positivos. A análise da fonte alimentar revelou que os insetos se alimentaram de répteis, mamíferos e aves. As atividades de promoção da saúde foram desenvolvidas com ACS, ACE, microscopistas, piaçabeiros e batedores de açaí. Após as atividades de promoção da saúde para população foi registrada a presença de adultos de Eratyrus mucronatus, P. rufotuberculatus e P. geniculatus em comunidades ribeirinhas próximas a área urbana de Barcelos. As análises dos questionários revelaram que a maioria dos profissionais da saúde possui conhecimento básico sobre a DCh e vetores, assim como os professores. Os extrativistas conhecem alguma forma de transmissão e prevenção da DCh, e relacionam o açaí como o principal alimento atribuído a transmissão oral. 78% dos piaçabeiros reconhecem o R. brethesi e confirmam a presença da espécie somente na palmeira L. piassaba. Os resultados do estudo sugerem que o número de folhas jovens propicia um habitat favorável para o estabelecimento de colônias de R. brethesi, provavelmente formando um microclima oportuno para o desnvolvimento dos espécimes entre as fibras na haste, e também favorece abrigo para pequenos vertebrados que são utilizados como fonte alimentar. Os piaçabais presentes na região norte do rio Negro possuem características semelhantes em relação as estruturas da palmeira e o quantitativo de triatomíneos coletados quando comprados com os rios da região sul. Os espécimes de E. mucronatus e P. geniculatus encontrados pela população em áreas próximas as casas e as atividades desenvolvidas pelos professores e alunos demonstram a importância das atividades de educação em saúde para vigilância e prevenção da DCh. |