Mortalidade em pacientes com HIV-1 e Tuberculose no Rio de Janeiro, Brasil: fatores associados e causas de morte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Escada, Rodrigo Otávio da Silva
Orientador(a): Santos, Valdiléa Gonçalves Veloso dos, Velasques, Luciane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26846
Resumo: Introdução: Apesar dos avanços no conhecimento do manejo da coinfecção HIV/Tuberculose, crescente acesso à terapia antirretroviral e à prevenção com Isoniazida, a tuberculose persiste como maior causa de morte entre pessoas que vivem com HIV/Aids. Enquanto a tuberculose pode contribuir diretamente para a mortalidade precoce, outras infecções e comorbidades podem desempenhar papel importante no contexto do tratamento adequado de ambas as infecções. Estudos para ampliar conhecimento sobre os fatores associados a mortalidade e causas de morte nessa população no Brasil são essenciais para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas e guias clínicos. Objetivos: Estudar mortalidade a curto e médio prazo de pacientes coinfectados com HIV-1 e tuberculose em uso de terapia antirretroviral, fatores associados e causas de morte. Métodos: estudo observacional retrospectivo, conduzido na coorte de pacientes infectados pelo HIV do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Rio de Janeiro, Brasil. Foram elegíveis pacientes que iniciaram terapia antirretroviral desde 30 dias antes e até 180 dias após o início do tratamento da tuberculose no período de 2000 a 2010. Pacientes com exposição prévia a qualquer antirretroviral e/ou incluídos na coorte após 60 dias do início do tratamento da tuberculose foram excluídos. Os pacientes foram acompanhados até 31 de dezembro de 2013 ou até o óbito Causas de óbito foram definidas segundo protocolo \201CCoding Causes of Death in HIV (CoDe) (2005-2009)\201D Modelo de Cox foi utilizado para análise de sobrevida para estimar a razão de taxas (HR) das variáveis selecionadas. Resultados: Foram incluídos 310 pacientes: 64,2% tinham tuberculose confirmada, 73,2% tinham tuberculose disseminada, 32% tiveram o diagnóstico concomitante de uma doença definidora de Aids. Mediana de linfócitos T CD4 foi 91 céls/mm3 (IQR: 42.0-215.0). Sessenta e quatro pacientes morreram durante o período do estudo. A taxa de mortalidade global foi de 4 por 100 pessoasano; 44 por 100 pessoas-ano nos primeiros 30 dias após o tratamento da tuberculose, 28,1 por 100 pessoas-ano entre 31 e 90 dias após o tratamento da tuberculose, 6 por 100 pessoas-ano entre 91 e 365 dias após o tratamento da tuberculose e 1,6 por 100 pessoas anos após 365 dias após o tratamento da tuberculose. Na análise ajustada, os fatores associados à mortalidade foram: CD4 \2264 50 células / mm3 (HR: 3,10; IC 95%: 1,720-5,580; p = 0,00); necessidade de ventilação mecânica (HR: 2,81; IC 95%: 1,170-6,760; p = 0,02); e tuberculose disseminada (HR: 3,70; IC 95%: 1,290-10,590; p = 0,01). A doença bacteriana invasiva foi a principal causa imediata da morte (46,9%), seguido por doenças relacionadas à Aids (15,6%). A tuberculose contribuiu o desfecho morte em 71,4% dos casos e foi a causa imediata de morte em 14,1%. Conclusão: Nossos achados mostram que a morbidade e mortalidade associadas à coinfecção HIV-1\tuberculose é alta. E, que doença invasiva bacteriana, tuberculose e doenças definidoras de Aids desempenham papel importante no desfecho morte nessa população. O diagnóstico e tratamento precoce da infecção pelo HIV-1, combinados com a profilaxia com isoniazida e pronto diagnostico de tuberculose são intervenções essenciais para reduzir a alta mortalidade dos pacientes coinfectados com HIV-1/tuberculose.