Caracterização clínica e molecular de pacientes com fenilcetonúria no Estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Caíque Antunes Novaes
Orientador(a): Acosta, Angelina Xavier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30493
Resumo: INTRODUÇÃO: A fenilalanina (Phe) é um aminoácido essencial, sendo adquirido através da alimentação, e é hidroxilado em tirosina por ação da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH). Quando há uma deficiência na atividade desta enzima, ocorre um acúmulo de Phe (hiperfenilalaninemia – HPA) nos fluidos corporais, sendo tóxica especialmente no sistema nervoso central, ocasionando vários distúrbios, como deficiência intelectual. A fenilcetonúria (PKU) é a forma mais frequente de HPA, sendo o erro inato do metabolismo dos aminoácidos (EIM) mais bem estudado, por fazer parte de programas de triagem neonatal em todo o mundo. O tratamento clássico para essa doença, cuja herança genética é autossômica recessiva, é baseada na dietoterapia, que é complexa e de longa duração, tornando a adesão ao tratamento mais difícil. Sendo assim, outras opções terapêuticas que também controlam os níveis de Phe estão sendo sugeridas como a administração oral de tetrahidrobiopterina (BH4), que é o cofator da enzima PAH, sendo o genótipo um dos fatores determinantes para a responsividade a este tipo de tratamento. OBJETIVO: Definir o genótipo de pacientes com PKU no estado da Bahia e comparar com as características clínicas, sócio-demográficas, além de avaliar resposta terapêutica ao BH4. MATERIAL E MÉTODOS. Pacientes com diagnóstico de PKU provenientes da APAE/Salvador foram selecionados para investigação molecular por PCR/RFLP e sequenciamento do gene PAH, em seguida comparados com os dados clínicos e de responsividade ao BH4. RESULTADOS: Participaram do estudo 106 pacientes oriundos de 63 municípios baianos, sendo 73 pacientes com forma clínica de PKU clássica e 33 com PKU leve. A estratégia de investigação molecular permitiu genotipar toda a amostra, sendo a mutação IVS10-11G>A mais frequente (25,6%), seguida da p.V388M (23,2%) e p.R252W (17%), com diferente distribuição nos municípios estudados. Observaram-se 25 genótipos distintos, sendo a maioria (52,8%) como heterozigoto composto. A correlação genótipo-fenótipo mostrou concordância em 48,1% dos casos. O teste de responsividade ao BH4 realizado em 64 pacientes revelou responsividade em 29,7%, havendo concordância de 64,7% com a previsão fornecida pelo genótipo nos pacientes responsivos.CONCLUSÃO: a população da Bahia possui um perfil de mutações mais homogêneo quando comparado ao perfil de outros estados. A maioria das mutações encontradas é de origem europeia, principalmente da Península Ibérica.O genótipo se mostrou um bom preditor do curso clínico da doença nos casos em que o paciente apresentava mutações associadas à forma grave da PKU.