Seroprevalência do Vírus Linfotrópico T Humano Tipo I (HTLV-I) em Crianças Moçambicanas HIV 1/2 Seropositivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Manhiça, Ivan Nicolae Alfredo
Orientador(a): Santos, Valdiléa Gonçalves Veloso dos, Grinsztejn, Beatriz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23435
Resumo: Introdução: Estudos recentes realizados em Moçambique mostraram que a prevalência da coinfecção HIV/HTLV-I em pacientes adultos infetados pelo HIV é de 4.5% e que a mesma cursa com dissociação entre os parâmetros clínicos e imunológicos. No entanto, até a data, não existem dados sobre a prevalência e características clínico-laboratoriais da coinfecção HIV/HTLV-I na população pediátrica, em Moçambique. Objetivo: Determinar a seroprevalência e características clínico-laboratoriais da infeção por HTLV-1 em crianças moçambicanas seropositivas para o HIV atendidas em Unidades Sanitárias da Cidade de Maputo. Métodos: Entre Novembro de 2010 e Agosto de 2011, foram estudadas de forma consecutiva, 945 crianças infetadas pelo HIV, atendidas na consulta da criança em risco (CCR) em 3 Unidades Sanitárias da Cidade de Maputo, para o rastreio da infeção pelo HTLV-I, contagem de células T CD4+ e determinação dos parâmetros hematológicos. Cada criança com coinfecção HIV/HTLV-I foi pareada com duas crianças com monoinfeção por HIV de acordo com a idade, o sexo e estadiamento clínico do HIV (OMS) para comparação de parâmetros clínicos e epidemiológicos. Resultados: Foram recrutadas para o estudo 945 crianças, das quais 37 (3,9%; IC: 2.8 - 5.4%) foram positivas para o HTLV-I. A mediana da idade foi de 6 anos [Intervalo Interquartil (IQR): 4 - 9]. Não houve diferença significativa entre crianças mono e co-infectadas em relação à idade, sexo, parâmetros hematológicos, estadiamento da infecção pelo HIV e uso de antirretrovirais. Na análise dos casos pareados não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos relacionadas a dados epidemiológicos e clínicos. Nenhuma das crianças coinfectadas tinha manifestações clínicas do HTLV-I e apenas 4/37 apresentaram carga próviral detectável. Discussão: Nossos dados demonstram que a infecção pelo HTLV-I circula também em crianças infectadas pelo HIV em Moçambique e que a contagem de células CD4 em sangue periférico não foi alterada na coinfecção na população estudada. Estes resultados são importantes para o desenho e implementação de novas estratégias para prevenção da transmissão vertical do HTLV-I, bem como para o manuseio clínico das crianças infetadas pelo HTLV-I em Moçambique.