Percepção de risco: estudo com trabalhadores de um estaleiro expostos a metais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Miranda, Ana Lídia
Orientador(a): Moreira, Maria de Fátima Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24553
Resumo: O cenário atual da indústria naval no Brasil é de crescimento, porém, apesar do otimismo, com investimentos na área tecnológica, pouco tem sido investido na melhoria das condições de trabalho e da criação de políticas públicas eficientes para a saúde do trabalhador desse setor. A experiência da pesquisadora no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Baía da Ilha Grande (CEREST-BIG), em Angra dos Reis/RJ, mostrou que os trabalhadores não participam das discussões sobre as condições de trabalho e os riscos a que estão submetidos. A noção de risco é tratada a partir de normas tecnicistas, não tendo o trabalhador nenhuma participação no processo de elaboração das mesmas. O presente estudo objetivou conhecer a percepção que trabalhadores de um Estaleiro têm dos riscos a que estão expostos, principalmente aqueles relacionados aos metais, e de que estratégias se utilizam para lidar com eles. Para tanto, foi realizado um estudo qualitativo, com enfoque na relação saúde-trabalho, baseado na análise, em profundidade, de entrevistas semiestruturadas, com 14 trabalhadores que trabalham diretamente expostos a metais em espaço confinado e no tratamento de superfícies, se ancorando nos referenciais teóricos da abordagem sociológica sobre os riscos e a percepção de risco, bem como dos conceitos da psicodinâmica do Trabalho. O estudo revelou uma série de questões sobre o processo e a organização do trabalho no estaleiro, sobre os riscos de acidentes, os problemas de saúde relacionados ao trabalho e as estratégias defensivas frente às situações de perigo. Os resultados apontam que a maioria dos trabalhadores constroem suas percepções a partir de suas experiências e vivências pessoais e que as mesmas não são consideradas no momento da construção das normas de segurança da empresa, além de mostrar que os trabalhadores detêm poucas informações técnicas sobre os perigos da exposição aos metais e poucos têm conhecimento dos tipos de metais presentes no seu processo de trabalho.