Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Tathiany Igreja da |
Orientador(a): |
Faria Neto, Hugo Caire de Castro,
Reis, Patrícia Alves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53307
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Resumo: |
A malária ainda é uma doença infecciosa grave em todo o mundo. A malária cerebral (MC) é a pior complicação e ocorre principalmente na infecção por Plasmodium falciparum, caracterizada pelo sequestro de eritrócitos parasitados nos microvasos cerebrais e uma intensa resposta inflamatória. A fisiopatologia inclui ativação de células endoteliais e leucócitos, liberação de citocinas/quimiocinas próinflamatórias e aumento de espécies reativas de oxigênio (ROS), que levam à quebra da barreira hematoencefálica e à perturbação do sistema nervoso central. Várias neuropatias estão associadas a alterações na concentração de neurotransmissores. Glutamato é o principal neurotransmissor envolvido na excitotoxicidade neuronal. A ativação excessiva dos receptores NMDA, especialmente os receptores extrassinápticos, aumenta os níveis intracelulares do íon Ca+2 e interfere na homeostase das transmissões sinápticas, desregulando as vias de sobrevivência neuronal e ativando as vias de morte celular, o que contribui para o desenvolvimento do déficit cognitivo. O objetivo deste trabalho foi estudar os eventos associados à excitotoxicidade neuronal durante a patogênese da malária cerebral experimental. Camundongos C57BL/6 machos foram inoculados com P. berghei ANKA (PbA, CEUA L025/2015). Nos primeiros sintomas de MC, grupos de animais foram tratados com memantina (10 mg/kg v.o.), inibidor farmacológico de receptores NMDA extrassinápticos, ou 7- nitroindazol (25 mg/kg v.ip.), inibidor seletivo de nNOS. A análise cognitiva foi realizada por testes de memória aversiva e espacial após a recuperação da infecção pelo tratamento antimalárico com cloroquina (25 mg/kg v.o.). Tratamento adjuvante com memantina ou 7-nitroindazol reverteu a disfunção cognitiva observada nos camundongos infectados. Ambos os tratamentos foram capazes de reduzir os níveis teciduais de IFN-γ e TNF-α em resposta à infecção, bem como diminuir a atividade de mieloperoxidase e a expressão de GluN2B, nNOS, 3-nitrotirosina e 4-hidroxynonenal. Além disso, os tratamentos restauraram o nível normalizado de expressão da proteína possináptica PSD-95, desregulada durante a infecção por PbA. A redução da expressão de caspases 3, 8 e 9 também foi observada. A excitotoxicidade pode estar associada ao declínio cognitivo decorrente da MC e tratamentos capazes de intervir na ativação da via têm efeito benéfico sobre a neuroinflamação e a disfunção cognitiva |