Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Silva, Francisco Augusto Gondim |
Orientador(a): |
Moreira, Carlos Otávio Fiúza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20528
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Resumo: |
Este estudo apresenta uma análise da Visita Domiciliar (VD) enquanto estratégia educacional, a partir dos sentidos atribuídos pelos estudantes dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia de um Centro Universitário no estado do Rio de Janeiro. Nesses cursos, os alunos são inseridos desde o inicio da graduação em atividades extra-muros na Atenção Básica, especificamente na Estratégia de Saúde da Família, onde realizam a VD como parte da estrutura curricular. O objetivo do estudo é analisar o potencial educativo da visita domiciliar na formação em Saúde, identificando potencialidades e limites dessa estratégia educacional. A abordagem metodológica tem como referencial mais amplo a noção de sentido desenvolvida por Max Weber e articula abordagens qualitativa e quantitativa. Participaram da pesquisa estudantes dos três cursos referidos. Os dados quantitativos foram construídos a partir do desenvolvimento e aplicação de um questionário. Já os dados qualitativos tiveram como base entrevistas individuais semi-estruturadas. Os dados quantitativos foram analisados quanto à freqüência absoluta e freqüência relativa. Já os dados qualitativos foram trabalhados sob a perspectiva da análise de conteúdo na sua modalidade temática. Após análise criteriosa dos dados obtidos através dos questionários e das entrevistas, categorias empíricas daí extraídas foram confrontadas com as categorias analíticas, orientando a discussão dos resultados e nos permitindo chegar a algumas constatações. A Visita Domiciliar, enquanto estratégia educacional, potencializa a ampliação da visão dos alunos e futuros profissionais, aproximando-os da realidade que não pode ser vivenciada e apreendida apenas em sala de aula ou nos laboratórios; ela favorece o contato, a observação e a vivência junto aos usuários e seus contextos de vida; proporciona também ao estudante a oportunidade de aprender fazendo, ao associar a teoria com a prática, exercitando as dimensões cognitiva, afetiva e psicomotora da competência profissional. Pudemos constatar também que a realização da Visita Domiciliar pelos estudantes contribui notoriamente para o desenvolvimento da “tecnologia leve” ou de relação. Sentimentos distintos - como satisfação, comoção, rejeição, impotência e frustração - também são despertados nos estudantes durante a realização da VD. Embora os estudantes não conceituem de forma clara a Visita Domiciliar, os sentidos atribuídos por eles a esta estratégia educacional podem ser relacionados de algum modo a aspectos da Promoção da Saúde, a um olhar ampliado dos fenômenos da saúde e a formas de conhecer a vida social das pessoas (usuários); sentidos estes próximos aos encontrados na literatura que serviu de referência a este estudo. Como limitações da Visita Domiciliar, enquanto estratégia educacional, foram relatados: o precário planejamento da atividade, a falta de mais discussões após as visitas, a descontinuidade do processo, a falta de conhecimento técnico adequado para realização da VD e a baixa resolução dos problemas dos usuários. Enfim, constatou-se que a Visita Domiciliar permite ao estudante de cursos de Saúde desenvolver um olhar ampliado, o que pode marcar um processo de transição entre uma formação biologicista e tecnicista nos currículos tradicionais, que se preocupam sobretudo com a doença, para uma formação teórica e prática voltada para a Promoção da Saúde, prevenção, recuperação e reabilitação do usuário, considerado como um todo e em suas relações com a vida social. |