Baixo impacto do ruído no bem-estar: avaliação no modelo experimental de camundongo infectado por Herpes simplex 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Araújo, Fernanda Trindade Madeira
Orientador(a): Campos, Marco Antônio Siva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34405
Resumo: As práticas de criação adotadas e os equipamentos tipicamente encontrados em biotérios produzem sons em frequências dentro da faixa de audição dos camundongos (1 a 100 kHz) que podem causar efeitos auditivos e não auditivos. Outro aspecto que pode potencialmente afetar o bem-estar de animais experimentais seria sua condição de saúde prejudicada, uma vez que além de todas as variáveis presentes no ambiente, alguns deles são infectados por patógenos de interesse. Este estudo teve como objetivo avaliar os possíveis efeitos da exposição crônica de camundongos C57BL/6 e Tlr2/Tlr9(-/-), não infectados e infectados com uma baixa m.o.i. por Herpes simplex-1, a diferentes níveis de ruído presentes nas salas "Silêncio" e "Ruído". Considerando todos os procedimentos, foi utilizado um total de 51 camundongos machos, sendo 27 da linhagem C57BL/6 e 24 da linhagem Tlr2/Tlr9(-/-). Parâmetros fisiológicos, como ganho de peso, hemograma, colesterol, glicose, corticosterona e citocinas envolvidas na resposta imune foram avaliados juntamente com as respostas comportamentais dos animais nos testes Campo Aberto e Claro/Escuro. Com relação aos parâmetros fisiológicos, em C57BL/6, houve interação entre infecção x ruído (p<0,05) com maior ganho de peso pelo grupo "Silêncio" infectado (p<0,05) quando comparado ao grupo "Ruído" infectado. No hemograma de C57BL/6 houve interação entre infecção x ruído (p<0,01) nas plaquetas, com aumento pelo grupo "Silêncio" infectado quando comparado ao grupo "Silêncio" controle e "Ruído" infectado (p<0,05). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos nas dosagens de colesterol, glicose e corticosterona. Quanto à produção de citocinas, em C57BL/6 houve interação entre infecção x ruído (p<0,05), com menor produção de interferon gama no grupo "Silêncio" controle quando comparado aos grupos "Silêncio" infectado e "Ruído" controle (todos p<0,05). Nos testes comportamentais não houve diferença entre os grupos. Nossos resultados demonstraram que, embora a influência do ruído e da infecção tenha provocado alterações em alguns parâmetros fisiológicos e imunológicos, eles não foram suficientes para promover mudanças mensuráveis nos parâmetros de estresse avaliados, uma vez que a dosagem de corticosterona e as respostas dos animais dos diferentes grupos aos testes comportamentais não foram diferentes. Este estudo demonstrou que o nível de ruído encontrado no biotério causou um baixo impacto no bem-estar de animais experimentais.