Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Costa-Amaral, Isabele Campos |
Orientador(a): |
Larentis, Ariane Leites |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27954
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Resumo: |
As vulnerabilidades ambiental e ocupacional relacionadas ao benzeno presente na gasolina constituem uma grande preocupação das autoridades internacionais e nacionais, devido ao fato do benzeno ser comprovadamente cancerígeno para seres humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a exposição crônica ocupacional e ambiental ao benzeno, sob a perspectiva dos efeitos genotóxicos, em trabalhadores de postos revendedores de combustíveis (PRC), localizados na Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, e em trabalhadores das Portarias da Fundação Oswaldo Cruz - RJ, respectivamente. Para tanto, foi realizado um estudo transversal por meio da avaliação dos dados sociodemográficos; da determinação do indicador de exposição ambiental benzeno no ar atmosférico e do biomarcadores de exposição de dose interna ácido trans,trans-mucônico (ATTM); dos biomarcadores de estresse oxidativo catalase (CAT), glutationa S-transferase (GST), superóxido desmutase (SOD), grupamento tiol (TIOL) e malondialdeído (MDA); e dos biomarcadores de genotoxicidade ensaio cometa (EC) com uso da enzima DNA-formamidopirimidina glicosilase (FPG) e aberrações cromossômicas (AC). Participaram do estudo 86 trabalhadores, sendo 51 oriundos dos PRC e 35 trabalhadores das Portarias, os quais foram categorizados em ocupacionalmente e ambientalmente expostos ao benzeno, respectivamente. As avaliações ambientais identificaram concentrações de benzeno no ar atmosférico dentro dos valores permitidos pela legislação brasileira, sendo essa exposição caracterizada por uma maior oscilação de concentrações nos PRC, em decorrência do processo de trabalho. Entretanto, o ATTM não foi sensível a essa diferença, demonstrando que todos os dois grupos de trabalhadores apresentavam semelhança na exposição ao benzeno. Nenhuma diferença clínica foi encontrada entre os grupos avaliados, porém 15% (n = 13) dos trabalhadores apresentaram resultados de leucócitos menores que 4.500 células/mm3, devendo ser monitorados. Os biomarcadores TIOL, MDA e AC apresentaram diferenças entre os grupos ocupacionalmente e ambientalmente expostos ao benzeno a baixas concentrações, sendo observada uma maior frequência de AC no grupo de trabalhadores de PRC, caracterizando um maior risco de adoecimento em decorrência da exposição ocupacional. Uma regressão linear multivariada foi observada entre a concentração de ATTM e os biomarcadores AC (R2 = 0,187, ß = 0,0001, p = 0,034) e GST (R2 = 0,198, ß = 0,017, p = 0,024), em que 20% do aumento do número de Metáfases com AC e da atividade da GST podem ser explicados pelo aumento de ATTM. O EC com uso da enzima endonuclease FPG não se mostrou sensível na diferenciação dos grupos avaliados. Uma relação significativa entre a variável tempo de trabalho na atual ocupação e os biomarcadores EC, AC, GST e MDA foram relacionados com os efeitos genotóxicos e citotóxicos causados pela exposição ao benzeno. Apesar de ambas as populações serem expostas cronicamente ao benzeno, os trabalhadores dos PRC estão submetidos a momentos de alta exposição durante o exercício de suas atividades de trabalho, caracterizando um maior risco de adoecimento. Porém, isso não significa que os trabalhadores ambientalmente expostos ao benzeno não sejam também levados ao adoecimento pela exposição. |