Análise da tendência temporal da razão de sexos ao nascimento no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Gibson, Gerusa
Orientador(a): Koifman, Sergio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5274
Resumo: A razão de sexos ao nascimento, referida no presente trabalho pela proporção de nascidos vivos do sexo masculino em relação ao total de nascidos vivos em uma determinada população, é normalmente determinada por fatores de diferentes naturezas, a exemplo de fatores demográficos e genéticos. No entanto, dados da literatura mostram que alguns poluentes químicos ambientais, a exemplo de resíduos industriais e alguns agrotóxicos oriundos da atividade agrícola, são capazes de provocar alterações no sistema endócrino, resultando em distúrbios na saúde reprodutiva e, consequentemente, alterando a estabilidade da razão de sexos ao nascimento. Com isso, a razão de sexos ao nascimento vem sendo apontada por muitos autores como indicador sentinela da exposição ambiental a esses poluentes, apresentando tendência de declínio frente à exposição a tais substâncias. Objetivo: Caracterizar e analisar a tendência temporal da proporção de nascimentos masculinos no Brasil, segundo grandes regiões, estados e capitais assim como, verificar a natureza da correlação existente entre a tendência observada em municípios paranaenses e o alto consumo de agrotóxicos pelos mesmos. Metodologia: Foram utilizados modelos de regressão polinomial para a análise das tendências temporais da proporção de nascidos vivos do sexo masculino. Foi realizada ainda uma correlação entre a tendência observada para os municípios paranaenses e o consumo de agrotóxicos pelos mesmos. Resultados: Foram observadas tendências crescentes significativas na proporção de nascidos vivos do sexo masculino para alguns estados e capitais brasileiros, além de um único caso de tendência decrescente com significância estatística. Em relação ao Brasil, foi observada tendência de declínio no período entre 1979 e 1994, padrão este semelhante ao que foi relatado em outros países do mundo neste mesmo período. Foi observado ainda um acentuado declínio para alguns municípios paranaenses (não significativo) com intensa atividade agrícola, sugerindo a interferência de uma possível exposição a desreguladores endócrinos oriundos da contaminação ambiental por agrotóxicos nestas localidades.