Indução de tolerância oral a mioblastos humanos em camundongos imunocompetentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barros, Heitor Pereira
Orientador(a): Savino, Wilson, Bonomo, Adriana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19547
Resumo: O desenvolvimento de novos protocolos que possibilitem o uso de terapia celular é fundamental para o aumento da qualidade de vida em pacientes com doenças genéticas ou desordens malignas. Em particular, pacientes portadores de distrofias musculares de origem genética poderiam se beneficiar desta terapia. No entanto, há uma dificuldade importante a ser suplantada: os mioblastos usados para o tratamento serem provenientes, na maioria dos casos, de doador alogênico ou até xenogênico. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de protocolos que induzam tolerância no indivíduo a ser tratado, aos mioblastos transplantados. Estas células são capazes de reparar a fibra muscular quando enxertadas no músculo doente, por mecanismo de diferenciação e fusão celular com células musculares pré-existentes. No presente trabalho utilizamos camundongos singênicos C57BL/6, que foram divididos em 3 grupos: experimental, controle positivo, controle negativo. O grupo experimental que recebeu diariamente, por gavagem, extrato de mioblastos/miotubos humanos e Lactococcuslactis, ad libitum por um período de 5 dias; e dois outros grupos (controles negativo e positivo) que receberam PBS oralmente. Após 4 dias, os camundongos foram imunizados com extrato o mesmo extrato, associado ao adjuvante completo de Freund (CFA) ou hidróxido de alumínio no coxim plantar ou intraperitonealmente (grupo experimental e controle positivo) Uma semana após a imunização, todos os grupos receberam um reestimulo, ou foram transplantados com mioblastos no músculo tibialis anterior após criolesão do mesmo. Usando o corante fluorescente CFSE para medir proliferação e iodeto de propídeo para excluir células mortas, constatamos que o grupo experimental apresentava redução de 60% na proliferação quando comparado com o controle positivo. Sete dias após o transplante foi observado, usando bromodeoxiuridina, uma redução de 90% na taxa de proliferação celular nos linfonodos drenantes. No mesmo período, pode-se observar um maior número de células inflamatórias no musculo dos animais não tratados quando comparado com o grupo experimental. As células T do animal tolerizado produzem 50% menos interferon-\03B3. Somente o controle positivo produziu IL-10 e nenhum deles IL-4. Após 1 mês de transplante, somente observamos células humanas no grupo tolerizado. Esses resultados demonstram que o protocolo de tolerância oral modula a resposta imunológica contra o mioblasto in vitro e in vivo, sugerindo portanto seu uso no transplante de precursores miogênicos em indivíduos imunocompetentes