Indicadores de infecção e conhecimentos sobre a esquistossomose em escolares de Malacacheta, MG, antes e após a implementação de ações educativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Acero Cabello, Rocío Karina Saavedra
Orientador(a): Favre, Tereza Cristina, Schall, Virgínia Torres
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18484
Resumo: Introdução. A esquistossomose é altamente prevalente entre crianças em idade escolar. Saneamento e tratamento são as medidas de controle mais efetivas, sendo mais sustentáveis se combinadas com ações educativas (AE). Esse estudo avalia o uso das AE em combinação com diagnóstico e tratamento, em escolares do município endêmico de Malacacheta (MG), para reduzir a infecção e expandir o conhecimento da doença. Métodos. Este é um desenho epidemiológico observacional que inclui um estudo descritivo e um analítico, empregando AE em saúde como intervenção. Em abril de 2013, um questionário foi aplicado com alunos da 6º ao 8º anos de oito escolas de ensino fundamental (EF) para avaliar o conhecimento prévio sobre a doença. Um inquérito parasitológico (IP) preliminar em todas as escolas públicas de EF (alunos da 1º ao 9º anos) foi feito em maio de 2013, seguido de tratamento seletivo (julho\22152013) e avaliação de cura 45 dias depois. As oito escolas foram pareadas e aleatoriamente alocadas em dois grupos: experimental (GE) e de controle (GC), com e sem AE, respectivamente (estudo de intervenção). Professores das quatro escolas do GE tiveram um curso de atualização em esquistossomose em agosto de 2013, e conduziram as AE no GE por três meses. Mudanças no conhecimento dos alunos sobre a doença foram avaliadas reaplicando o mesmo questionário em quatro momentos (1, 6, 12 e 24 meses) Resultados. No estudo transversal, 2.519 (2013), 2.360 (2014) e 2.422 (2015) escolares de 18 escolas de EF foram examinados; as taxas de infecção foram 21,4%, 6,2% e 3,7%, respectivamente. A adesão ao diagnóstico no IP de 2013 não diferiu significativamente entre o GC (79,9%) e o GE (83%). Porém, ela foi significativamente maior no GE em todas as outras investigações, a saber: avaliação de cura (GE: 82,3% e GC: 57,5%), IP de 2014 (GE: 73,6% e GC: 63,3%), e IP de 2015 (GE: 77,5% e GC: 57,6%). A adesão ao tratamento foi superior a 90% em ambos os grupos. A taxa de cura foi de 96,7%. No estudo de intervenção, são fornecidos dados de uma coorte de 917 alunos. Deles, 324 eram da coorte do GC e 593, da coorte do GE. No IP preliminar, as taxas de infecção para S. mansoni foram 22,9% (GE) e 16,2% (GC). As taxas de infecção caíram significativamente em cada grupo em 2014 (GE: 7,1% e GC: 3,2%) e 2015 (GE: 2,7% e GC: 1,3%). A comparação das respostas corretas entre o questionário preliminar e os quatro questionários posteriores as AE, mostra um aumento significativo no conhecimento sobre a doença em ambos os grupos. Conclusão. Os três ciclos de tratamento reduziram significativamente as taxas de infecção em ambos os grupos. As informações obtidas através dos questionários sugerem um aumento marcante do conhecimento dos escolares após as AE, que permaneceu mesmo após dois anos. Embora os resultados não permitam estabelecer uma relação entre as AE e a redução da infecção, eles indicam que as AE devem ser encorajadas como uma importante estratégia de informação