Micobiota oral e fungemia: análise da possível relação em pacientes neonatais e pediátricos internados em UTI.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gama, Thais Moreira
Orientador(a): Matsuura, Ani Beatriz Jakisch
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53334
Resumo: Objetivo: Verificar a relação da micobiota presente na cavidade oral de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva neonatal e pediátrica (UTIN e UTIped) de Maternidades e Hospitais Infantis Públicos/Privado de Manaus e a ocorrência de fungemia. Métodos: Trata-se de um estudo realizado em 04 unidades hospitalares (maternidades e hospitais infantis), cujo público-alvo foram neonatos, lactentes e crianças internadas em unidades de terapia intensiva entre julho e novembro de 2021. Com abordagem descritiva e longitudinal, o perfil epidemiológico e clínico foi investigado por meio de prontuários médicos. As leveduras presentes na região orofaríngea foram identificadas através de metodologia convencional e molecular, bem como, utilizou-se a técnica Multilocus Sequence Typing (MLST) para análise e correlação dos genótipos de Candida albicans e Candida tropicalis isolados da cavidade oral e de hemoculturas provenientes de pacientes infantis com fungemia. Resultados: Participaram da pesquisa 107 pacientes infantis. Em UTIN observou-se que a maioria dos pacientes neonatos eram prematuros, de baixo peso, sexo masculino, com idade gestacional média de 33,9 semanas, nascidos de parto cesariana e um percentual de óbitos de 12%. Na UTI pediátrica (lactentes e crianças) houve predominância do gênero masculino, raça/cor parda, idade média de 02 meses e 03 anos, respectivamente, cujo motivo de internação mais frequente foi a pneumonia. A espécie C. albicans foi a levedura mais isolada da cavidade oral, visto que em UTIN C. albicans, C. parapsilosis e C. haemulonis foram de maior ocorrência e em UTI-ped houve isolamento majoritário de C. albicans e C. tropicalis. De modo geral, 05 pacientes apresentaram fungemia, sendo 04 neonatos com idade média de 28 dias de vida, idade gestacional média de 31,5 semanas (pré-termo precoce), sexo feminino, raça parda e peso médio de 1339 g, na qual sepse, prematuridade e pneumonia foram os motivos de internação mais relatados. Candida albicans foi a levedura mais isolada de hemoculturas positivas, seguida de C. tropicalis e Cyberlindnera fabianni. Ademais, o genótipo mais comum de C. albicans foi o DST435, tanto em mucosa oral quanto em corrente sanguínea e para C. tropicalis identificou-se o DST147. E ao correlacionar leveduras da cavidade oral e corrente sanguínea por meio da técnica MLST, constatou-se 02 pacientes com DSTs idênticos de C. albicans em ambos os sítios, dado que, um DST identificado configura provavelmente como novo genótipo. Conclusão: Observou-se perfis epidemiológicos distintos para cada faixa-etária, embora os motivos de internação, comorbidades e uso de dispositivos hospitalares apresentarem similaridades. A espécie C. albicans foi a levedura predominante na região orofaríngea e de hemoculturas, assim como, identificou-se através do MLST diversidade genética na região oral de pacientes infantis críticos. Por fim, dois neonatos apresentaram genótipos de C. albicans idênticos em cavidade oral (colonização prévia) e corrente sanguínea, tal fato representa uma evidência de que a cavidade oral pode servir como fonte para o acometimento de fungemia.