Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Diêgo Madureira de |
Orientador(a): |
El-Bachá, Ramon dos Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4167
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Resumo: |
O câncer é uma das principais causas de morte e apresenta importantes índices de morbidade em todo o mundo. Gliomas são os tumores primários malignos mais comuns e letais em adultos, e embora sejam estudados já há muito tempo, os avanços tecnológicos não se traduziram em ganhos terapêuticos reais, de forma que a sobrevida dos pacientes com esse diagnóstico continua muito baixa. Dessa forma, a pesquisa de novas formas de terapia e fármacos se apresenta como uma necessidade para a implementação de um tratamento realmente eficaz. As glutation S-transferases (GST) são enzimas multifuncionais que atuam na detoxificação celular por catalisarem a conjugação de compostos exógenos com o tripeptídeo glutation (GSH). Como esta reação também pode ocorrer com moléculas de agente terapêuticos, a expressão destas enzimas, principalmente a isoforma π, está relacionada com aquisição de resistência à quimioterapia no câncer, tornando-a um alvo na busca por novos fármacos. No presente trabalho, o 8-metoxipsoraleno (8-MOP), um derivado do psoraleno de uso clínico rotineiro no tratamento de doenças da pele, é apresentado como possível promissor agente antineoplásico por demonstrar atividade inibitória da GST-π e antiproliferativa em um modelo in vitro de glioma. O estudo adotou uma abordagem que associa técnicas químicas, bioquímicas e celulares. Análises de cinética enzimática foram feitas utilizando-se o GSH e o cloro 2,4-dinitrobenzeno (CDNB) como substratos e o conteúdo de GSH intracelular foi visualizado por coloração com monoclorobimano (MCB). As técnicas de cromatografia líquida de alta eficiência e espetrofotometria auxiliaram no estabelecimento dos detalhes do mecanismo de ação. Para a avaliação da atividade antitumoral, células de glioma murino (C6) e humano (GL-15) foram usadas, além de astrócitos de rato como controle de células normais. A ação do 8-MOP na viabilidade, proliferação, migração, expressão de proteínas, morfologia e tipo de morte celular foi avaliada através de variadas técnicas. O composto inibiu competitivamente (aumentou Km sem alterar Vmax) a atividade enzimática, ligando-se ao sítio H da enzima. O 8-MOP agiu como quimiossensibilizante, potencializando o efeito de fármacos como etoposídeo e temozolomida em células tumorais. Além disso, reduziu a proliferação celular de forma tempo- e concentração-dependente, e induziu alterações morfológicas e apoptose quando em altas concentrações. Não foi observada morte celular por necrose. As células normais não foram afetadas nas mesmas proporções das tumorais. Adicionalmente, derivados cumarínicos estruturalmente relacionados ao 8-MOP apresentaram atividade similar, ou mesmo superior, à deste. Assim, o 8-MOP apresenta-se como um protótipo para novo agente para o tratamento, não apenas de glioma, mas do câncer de uma forma geral, podendo ainda ser útil no tratamento de outras doenças com falhas terapêuticas ligadas à GST. |