Efeito do 8-metoxipsoraleno (8-mop) na citotoxicidade da rotenona sobre células do sistema nervoso central, um modelo de doença de parkinson in vitro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Pietro Araújo dos
Orientador(a): El-Bachá, Ramon dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/11852
Resumo: Doença de Parkinson (DP) é caracterizada por uma perda seletiva e profunda dos neurônios dopaminérgicos da substância nigra pars compacta (SNpc) do mesencéfalo, acompanhada pela espoliação de dopamina no corpo estriado. A maioria dos casos de DP apresenta etiologia multifatorial, com a presença de componentes genéticos e ambientais. Embora existam diferentes causas possíveis, a patogênese da desordem parece convergir para mecanismos relacionados à disfunção mitocondrial, estresse oxidativo e mau enovelamento proteico. Um modelo estabelecido na literatura para estudo desta doença, tanto in vitro quanto in vivo é a administração de rotenona, um pesticida derivado de plantas que inibe o complexo I mitocondrial e favorece a geração de espécies reativas de oxigênio (ERO), levando a uma espoliação de glutation reduzido (GSH) através do processo de detoxificação destes compostos eletrofílicos, catalisados por glutation S-transferases (GSTs). Sendo assim, a busca por novas substâncias com atividade neuroprotetora é atualmente o foco de estudos, e metabólitos isolados de plantas podem ser fontes destas moléculas. Dessa forma, o 8-metoxipsoraleno (8-MOP), uma furocumarina, foi testado como um possível agente protetor sobre a citotoxicidade causada pela rotenona em modelos in vitro de gliomas, considerando o papel do glutation neste processo. O estudo adotou uma abordagem que associa técnicas bioquímicas e de biologia celular. Ensaios de viabilidade celular foram realizados em células de glioma murino (C6) e glioblastoma multiforme humano (U251) através da redução do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolium (MTT), e visualização por microscopia de contraste de fase. O tipo de morte celular provocada pela rotenona nas células U251 foi realizado por marcação com anexina V e iodeto de propídeo (IP), seguido por quantificação por citometria de fluxo. A determinação do conteúdo de GSH intracelular após tratamento com rotenona e 8-MOP foi visualizado por marcação com monoclorobimano (MCB) nas linhagens C6 e U251. Os resultados demonstraram que a rotenona foi citotóxica em ambas as linhagens, reduzindo a viabilidade e alterando a morfologia celular, enquanto que o 8-MOP não apresentou atividade citotóxica. Contudo, o tratamento com o 8-MOP não foi capaz de proteger as células contra os efeitos deletérios da rotenona. No estudo do tipo de morte celular, a porcentagem de células marcadas com anexina V foi maior nos grupos tratados com rotenona, demonstrando que a morte celular ocorre principalmente por apoptose. A análise com MCB demonstrou que a rotenona espoliou GSH, porém o pré-tratamento com 8-MOP inibiu a espoliação. Embora o 8-MOP não tenha sido bem sucedido na proteção das células, a manutenção do conteúdo de GSH corrobora com estudos prévios que descrevem este composto como um potencial inibidor de GST, uma atividade farmacológica que deve ser testada para confirmar a sua eficácia como agente terapêutico.