Avaliação do efeito do açaí (Euterpe oleracea) em modelo de endometriose, e descrição dos dados de toxicidade e do efeito anticancerígeno do açaí em modelos experimentais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Baptista, Karina Cristina Rodrigues
Orientador(a): Perini, Jamila
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27003
Resumo: A endometriose é uma doença ginecológica que afeta 10% das mulheres em idade reprodutiva, causando sintomas clínicos em diferentes intensidades, prejudicando a qualidade de vida. O tratamento farmacológico baseia-se no alívio dos sintomas, uma vez que não há terapia capaz de erradicar a doença. Entre os processos envolvidos na fisiopatologia da endometriose, a angiogênese ea inflamação são fundamentais. O extrato de Euterpe oleracea(açaí) tem sidodescrito como um possível candidato para o desenvolvimento de fármacos devido às suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anticancerígenas. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito farmacológico do açaí no tratamento da endometriose experimental e descrever a segurança/toxicidade e dados anticancerígenos da utilização do açaí em modelos pré-clínicos. No modelo experimental de endometriose, o grupo tratado (n=10, ratos Sprague-Dawley) recebeu 200 mg/kg do extrato de açaí via gavagempor 30 dias e o grupo controle (n=10) recebeu veículo. Na análise histológica foi possível observar atrofia e regressão das lesões. Análises imuno-histoquímicas (Fator de crescimento endotelial vascular -VEGF, seu receptor-VEGFR-2, ciclooxigenase-2 -COX-2, metaloproteinase-9-MMP-9 e F4-80), expressão de PCR em tempo real (VEGF, VEGFR-2, MMP-9 e COX-2), ELISA (VEGF e PGE2), citometria de fluxo (F4-80) e bioquímica (óxido nítrico) indicaram redução significativa da angiogênese e inflamação no grupo tratado com açaí quando comparada à grupo de controle. Nenhuma evidência de toxicidade foi observada na dose de açaí administrada, em comparação com os controles, com base no peso, alimentação e atividade dos animais. Além disso, as células de macrófagos tratadas com açaí de 20 a 40 μg/ml apresentaram redução de 50% na viabilidade celular após 24, 48 e 72 h. Uma revisão da literatura também foi realizada usando quatro bases de dados internacionais para identificar publicações que estudaram o extrato de açaí utilizado em modelos animais experimentais de câncer (n=6) e/ou avaliaram a segurança/toxicidade do açaí em modelos pré-clínicos(n= 3) usando um rigor metodológico (QATRS) para permitir um melhor controle de qualidade. Açaí teve atividade antitumoral, reduzindo a incidência e o tamanho dos tumores e não apresentou efeitos genotóxicos. Como conclusão, é possível sugerir que o açaí é eficaz no tratamento da endometriose e pode ser considerado um tratamento farmacológico promissor sem causar efeitos adversos. Além disso, sugere-se que o açaí possa ser utilizado como agente seguro, quimiopreventivo e anticancerígeno