Avaliação dos conjuntos diagnósticos (kits) empregados no diagnóstico sorológico da dengue no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Borges, Helena Cristina Balthazar Guedes
Orientador(a): Zamith, Helena Pereira da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36170
Resumo: A dengue passou de uma doença esporádica a um problema de saúde pública em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo e, atualmente é endêmica em mais de 125 países. O diagnóstico pode ser realizado pelo isolamento viral, por técnicas moleculares ou sorológicas para detecção de antígenos e anticorpos, dependendo da fase da doença. Na busca por testes sensíveis e específicos foram disponibilizados no mercado nacional e internacional kits de diagnóstico cujos valores de sensibilidade e especificidade, segundo dados da literatura, são discrepantes daqueles declarados pelos fabricantes para esses atributos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade e especificidade dos kits de diagnóstico da dengue comercializados no país, frente a amostras clínicas e de plasma fresco congelado (PFC) caracterizadas como verdadeiro positivas (VP) e negativas (VN) para presença do antígeno NS1 e anticorpos IgM e IgG da dengue. Os valores de sensibilidade e especificidade obtidos foram comparados aos declarados nas instruções de uso dos produtos. Um total de 13 kits de diagnóstico, 5 empregando o teste ELISA: (2 para NS1, 2 para IgG e 1 para IgM) e 8 Testes Rápidos (TRs) - (1 para NS1/IgM/IgG, 1 para IgM/IgG e 6 testes para NS1) foram avaliados frente as amostras VP e VN para presença do antígeno NS1, anticorpos IgM e IgG da dengue. A sensibilidade dos kits ELISA variou de 90,7% a 92,5% para NS1; de 87,7% a 95,0% para IgG e 98,9% para IgM. A especificidade foi de 90,7% a 94,2% para NS1; 61,8% a 62,3% para IgG e 86,8% para IgM. TRs. A sensibilidade dos TRs para NS1 variou de 59,1% a 86,6%, de 44,7% a 84,5% para IgM e de 55,6% a 74,6% para IgG. A especificidade variou de 94,5% a 100% para NS1; de 95,6% a 98,9% para IgM e de 79,3% a 86,3% para IgG. Nos testes ELISA a especificidade obtida foi de 6% até 36% inferior as declaradas. Os valores de sensibilidade nos TR obtidos foram de 6% a 51% inferiores aos declarados.Todos os kits avaliados (100%) apresentaram resultados INSATISFATÓRIOS, que foram encaminhados a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que tornou obrigatória a análise prévia, a partir de maio de 2016, objetivando a melhoria e manutenção da qualidade de tais produtos. A partir desta data, foram recebidos 34 kits para análise, apresentando os seguintes resultados preliminares: 14 foram considerados SATISFATÓRIOS, 1 INSATISFATÓRIO e 19 se encontram em processo de análise. O desfecho principal deste trabalho foi efetivar a implantação e o monitoramento contínuo de tais produtos, pré e pós-comercialização no país, no contexto das análises prévia, fiscal e controle preconizadas na legislação vigente, em atendimento à demanda da Gerência de Produtos para Diagnóstico de Uso In Vitro da Gerência Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da ANVISA. Como consequência destaca-se, a ampliação da capacidade analítica do Laboratório de Sangue e Hemoderivados, localizado no Departamento de Imunologia do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde no controle da qualidade dos kits de diagnóstico disponibilizados no mercado nacional.