Parâmetros clínicos, laboratoriais e de imunidade celular in situ em pacientes com leishmaniose cutânea ativa apresentando regressão espontânea precoce, boa ou má resposta ao antimoniato de meglumina atendidos no Instituto Nacional De Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Jessica Leite da
Orientador(a): Silva, Fátima Conceiçäo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53322
Resumo: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é endêmica no Brasil, sendo causada por espécies do gênero Leishmania, sendo a L. braziliensis (Lb) responsável pela quase totalidade dos casos no Rio de Janeiro. A LTA apresenta diversas formas clínicas, sendo a forma cutânea localizada (LCL) a mais comum. Apresenta evolução desde casos de resolução espontânea até quadros de má resposta ao tratamento. A literatura aponta que estas diferenças dependem da espécie do parasito e de fatores do hospedeiro, e que a resposta imune, principalmente no sítio das lesões, parece exercer importante influência na evolução da infecção. É sugerido que o tipo e a intensidade da resposta imune estão envolvidos na resposta terapêutica, mas o mecanismo de ação ainda é obscuro. Sendo assim, nos propusemos a avaliar a resposta imune in situ em lesões ativas de pacientes que apresentaram regressão espontânea precoce de LCL (LRE), assim como boa (LBR) ou má resposta (LMR) ao tratamento específico, correlacionando este achado com parâmetros clínicos e laboratoriais com vistas à detecção de possíveis padrões relacionados. Para isto avaliamos características clínicas, sócio demográficas, de exames laboratoriais por ocasião do diagnóstico, e comparamos a resposta imune in situ das lesões por imunohistoquímica (IHQ) para identificação de células ou marcadores funcionais [(anti-CD4, -CD8, -CD22, -elastase neutrofílica, -mastócito, -CD56, -CD25, -Ki67 e -CD68 (Dako), -INOS (BD Transduction), -IFN-γ,-FoxP3 (BD Biosciences Pharmingen), -ST2L (mdbioscience)], em três grupos de pacientes: (1) LRE; (2) LBR; e (3) LMR ao tratamento inicial específico (em dois momentos: lesão inicial – LMR1 e recidiva-LMR2). De um modo geral, clinicamente os grupos foram considerados semelhantes, havendo diferença apenas no número de lesões e no número de resultados de exames parasitológicos positivos, significativamente maior para os pacientes LMR. Os dados sugerem que os casos avaliados de LRE apresentavam uma resposta imune mais eficiente e melhor modulada devido a maior expressão de IFN-γ e NOS2, assim como menor proliferação e menores quantidades de macrófagos, neutrófilos, células NK, ST2L, CD22 e CD8, quando comparadas aos casos de LBR e LMR. Quando comparadas a LBR, as lesões LMR apresentavam menor quantidade de células CD4+. Na comparação de LMR2 com LMR1, não foram verificadas diferenças nos perfis celulares e marcadores funcionais, com exceção da quantidade de células ST2L, e uma tendência à diminuição de células CD8+. É importante notar que LMR1 apresentava ainda maiores quantidades de macrófagos, Ki67 e menor concentração de IFN-γ que LBR, sugerindo a manutenção do estímulo e da resposta inflamatória e o desvio da resposta imune para um perfil menos eficiente no controle da carga parasitária, o que poderia explicar a má resposta ao tratamento