Caracterização dos perfis temporais de transmissão da dengue nos municípios de seis estados brasileiros, 2010-2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Iasmim Ferreira de
Orientador(a): Codeço, Cláudia Torres
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47348
Resumo: A dengue está presente em cerca de 80% dos municípios brasileiros. O ciclo de transmissão do vírus dengue (DENV), que envolve o vetor Aedes aegypti e o hospedeiro humano, é influenciado por fatores socioeconômicos, demográficos e ambientais. Tais fatores variam entre as regiões do Brasil, o que, consequentemente, produz diferentes perfis temporais de transmissão da dengue, gerando grandes desafios para a vigilância epidemiológica da doença. Este estudo teve como objetivo classificar os perfis temporais de transmissão da dengue em municípios brasileiros no período de 2010 a 2019. Foram utilizados dados de séries temporais de casos de dengue de 1823 municípios em 6 estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Descritores da magnitude e duração dos ciclos epidêmicos de dengue foram construídos a partir destas séries, totalizando 13 indicadores. Análise exploratória por meio de histogramas e medidas de resumo foi realizada para observação da distribuição dos descritores entre os municípios. Para observar a similaridade entre eles, uma Matriz de Correlação foi gerada, e para subsequente análise de classificação foi feita a exclusão de variáveis com alta correlação (r > 0,80). Para classificar os municípios de acordo com seu perfil temporal de transmissão da dengue, foi utilizado Método de Agrupamento através do algoritmo Partitioning Around Medoids (PAM). Os resultados mostram que os municípios podem ser classificados em quatro perfis temporais de transmissão da dengue distintos: Transmissão persistente, Epidêmico, Episódico/Epidêmico e Episódico. Dentre os municípios analisados, 7,8% foram considerados com perfil de Transmissão persistente, 21,3% Epidêmicos, 43,2% Episódicos/Epidêmicos e 27,6% Episódicos. Nos estados do Ceará, Maranhão, Minas Gerais e Paraná, predominam os municípios com o perfil Episódico/Epidêmico com 38,6%, 47,5%, 44,6% e 46,4%, respectivamente. Nesse perfil, observam-se períodos longos sem registro de casos entremeados por períodos variados com detecção de casos. Nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, predominam o perfil Epidêmico (42,3% dos municípios em ambos), caracterizado por incidência média semanal alta e períodos sem detecção de casos. Portanto, observamos que os descritores epidemiológicos propostos contribuíram para o entendimento do comportamento da dengue nestes municípios, o que se torna essencial para elaborar modelos que atendam às necessidades específicas de cada região, e assim aplicar políticas públicas mais precisas para a prevenção da dengue.