Adoecer por câncer: sentidos do cuidado, enfrentamento e bem-estar de homens e seus cuidadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Almeida, Suellen Santos Lima de
Orientador(a): Modena, Celina Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6765
Resumo: Há na atualidade uma tendência para que os cuidados aos pacientes com câncer sejam realizados no âmbito familiar. Pesquisas que buscam compreender as particularidades do adoecimento masculino e o processo do cuidado de um homem com câncer ainda são incipientes na literatura, mesmo com a consideração de que o gênero do paciente influencia tanto em suas vivências relacionadas à doença, como os sentidos e as práticas dos cuidadores. O presente estudo se propôs a compreender como os homens em tratamento oncológico e seus cuidadores concebem o cuidado, como enfrentam o processo de adoecimento e tratamento e como avaliam seu bem-estar. Participaram da pesquisa homens com câncer em tratamento em um hospital público especializado em oncologia na cidade de Belo Horizonte – MG e seus cuidadores. Utilizou-se para a coleta de dados a entrevista narrativa, a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e o General Comfort questionnaire (GCQ). O referencial fenomenológico-existencial e o referencial de gênero orientaram a análise das entrevistas e o método quantitativo descritivo foi utilizado para analisar os questionários. As narrativas dos pacientes e seus cuidadores apontam que o adoecimento por câncer modifica não só o projeto de vida do paciente, mas também de todo seu meio familiar, colocando o sujeito frente à finitude da existência. Ao adoecerem por câncer os homens permitem uma flexibilização dos padrões de masculinidade ao apontarem para novos modos de viver e se relacionarem com as questões de cuidado de si. Os cuidadores, em sua relação com o ser-doente, oferecem ao paciente toda sua atenção, carinho e preocupação, mesmo que isso implique em sobrecarga e sofrimento físico e psicológico. Ambos os grupos utilizam as estratégias de enfrentamento focalizadas no problema e na busca por suporte espiritual como as principais formas de enfrentar o adoecimento e tratamento por câncer. Dentre os fatores do bem-estar avaliados, ressalta-se que tanto pacientes quanto seus cuidadores encontram nos pensamentos positivos aspectos que auxiliam naelevação do bem-estar e que a preocupação com a família e o medo de dormir os aspectos que mais contribuem para diminuição do bem-estar. Considera-se que há a necessidade de se pensar e construir intervenções voltadas para os homens com câncer visando não só informar aspectos de prevenção e tratamento da doença, mas também escutar o que esses homens têm a dizer da doença. Em relação aos cuidadores, ações voltadas para a preparação dessa população devem considerar a necessidade de valorizar seu modo de ser cuidador, os sentidos atribuídos ao processo de cuidar e as formas como o Cuidado é realizado, para que, juntamente com os atores desse processo, as intervenções considerem os aspectos físicos, psíquicos e sociais envolvidos em sua realidade.