Epidemiologia das internações hospitalares e tratamento farmacológico dos eventos agudos em doença falciforme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Loureiro, Monique Morgado
Orientador(a): Rozenfeld, Suely
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4392
Resumo: A doença falciforme (DF) é uma enfermidade genética que afeta principalmente os indivíduos da raça negra, tendo como principais características clínicas a anemia hemolítica e recorrentes crises de dor aguda. Estas e outras manifestações da doença devem-se à hemoglobina mutante, denominada hemoglobina S. Durante o curso da doença, diversas complicações clínicas ocorrem, o que leva à necessidade de repetidas internações hospitalares. Nesta tese são apresentados três artigos científicos que versam sobre características epidemiológicas e clínicas, e sobre aspectos do tratamento dos casos internados com DF. No primeiro artigo foram estudados 9349 pacientes portadores de doença falciforme, internados em hospitais da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, no período de 2000 a 2002, utilizando-se os dados do Sistema de Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Dentre os principais resultados, destacaram-se o predomínio de óbitos entre adultos jovens e as diferentes freqüências de internação entre os estados estudados. Nos demais artigos foram coletados dados de 230 internações ocorridas entre 2000 e 2004, a partir dos registros de um hospital público universitário, referência no atendimento da DF no estado do Rio de Janeiro. No segundo artigo, o tempo mediano de permanência hospitalar variou segundo a idade, os motivos clínicos de internação e o tratamento recebido. Os analgésicos mais prescritos foram da classe dos opióides, o que vem ao encontro das recomendações da literatura internacional. A letalidade hospitalar foi maior entre aqueles com infecção bacteriana (10 por cento) e insuficiência renal (27,3 por cento), fatores de risco já conhecidos para óbito em doença falciforme. No terceiro artigo foram analisados os fatores associados ao risco de reinternação hospitalar para 71 pacientes com DF, comparando diferentes modelos de sobrevida na identificação de características individuais e da internação prévia. Os modelos de Andersen-Gill (AG), Prentice, Willians & Peterson (PWP) e um modelo de fragilidade foram ajustados. Na análise de resíduos observamos não proporcionalidade de algumas covariáveis. O ajuste dos modelos AG e PWP apresentou limitações, indicando a necessidade do uso de modelo de fragilidade e sugerindo que fatores não incluídos na modelagem atuaram para a reinternação.