Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Lourenço, Ana Eliza Port |
Orientador(a): |
Stotz, Eduardo Navarro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2555
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Resumo: |
Embora o meio rural brasileiro inclua populações diversas, como povos indígenas, agricultores familiares, ribeirinhos e quilombolas, os estudos de saúde no Brasil têm considerado “rural” como mera oposição a “urbano”, o que gera implicações epidemiológicas e políticas. Esta tese analisa o significado de rural em saúde, por meio de um estudo no bairro Bonfim, Petrópolis, RJ, incluindo pesquisa etnográfica sobre alimentação e agricultura, e um censo (de 523 famílias) sobre nutrição, anemia, hipertensão arterial e segurança alimentar. O Bonfim constitui área geopolítica urbana, embora apresente aspectos rurais, como agricultura familiar, área de reserva ambiental e ecoturismo. O bairro tem três regiões sócio-espaciais com diferentes ocupações do solo, demografia, condições socioeconômicas e, consequentemente, distintos perfis de saúde. A região com situação socioeconômica mais baixa e pouca agricultura apresentou maior prevalência de anemia e de insegurança alimentar. Na região onde a ocupação agrícola predomina, há menor prevalência de obesidade, de hipertensão arterial e de insegurança alimentar. Por exemplo, a prevalência de obesidade foi de 8% entre os homens adultos da região agrícola e de 17% nas outras regiões. A prevalência de obesidade em adultos no estudo foi cerca de duas vezes maior que a prevalência nacional, sendo maior para mulheres (29,1%) que para homens (15,4%). Essas variações no perfil nutricional associam-se ao nível de envolvimento com a agricultura e à preferência por alimentos industrializados. A necessidade de dedicar várias horas ao trabalho agrícola é uma das principais causas para a compra de alimentos em vez de plantar para o consumo familiar. A combinação de métodos deste estudo salienta importantes fontes de variação na experiência rural brasileira, sugerindo repensar o uso de rural em estudos de saúde, de forma a considerar as identidades sociais e o contexto local. |