Contaminação de metais e metalóides em tartarugas-verdes (Chelonia mydas) encontradas encalhadas no sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bruno, Daphne de Albuquerque
Orientador(a): Correia, Fábio Veríssimo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49449
Resumo: As tartarugas-marinhas tendem a acumular altos níveis de metais em seus tecidos e são consideradas excelentes bioindicadores de poluição. Estudos sobre contaminação por metais em filhotes, no entanto, são inexistentes para uma das espécies mais abundantes no Brasil, as tartarugas verdes, enquanto avaliações de metais em músculos juvenis ainda são escassas. Nesse contexto, o presenteestudo teve como objetivo analisar as concentrações de 12 elementos em amostras renais emusculares de tartarugas-verdes (Chelonia mydas; n = 24) encontradas encalhadas no Rio de Janeiro, sudeste do Brasil. As concentrações de metais totais foram determinadas por espectrometriade massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Também foi avaliada a presença de fibropapilomatose, doença cada vez mais comum em tartarugas marinhas e associada à contaminação por metais. A maioria dos elementos (Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zn, Cd, Hg e Pb) foram significativamente maiores no fígado, enquanto Al e As foram significativamente maiores no tecidomuscular, indicando bioacumulação dos dois últimos elementos. Não foram observadas diferenças entre os juvenis de tartarugas verdes machos e fêmeas para o fígado ou rim em relação aos elementos investigados. Comparações na literatura de estudos realizados em outras áreas da costa brasileira indicam maiores concentrações de Cd, Mn, As, Hg e Zn nos rins, de provável origem antropogênica. Várias correlações inter-elementares estatisticamente significativas foram observadas entre os elementos tóxicos, indicando fontes semelhantes para esses contaminantes ambientais. Correlações significativas entre Hg no músculo e rim e As nos mesmos órgãos sugerem bioacumulação de ambos os elementos no músculo. Três indivíduos avaliados neste estudo apresentavam fibropapilomatose,e avaliações adicionais a este respeito e potenciais correlações com as concentrações de metal detectadas estão sendo realizadas atualmente. Além disso, avaliações sobre outros compostos tóxicos, bem como efeitos celulares deletérios, também estão em andamento, uma vez que as concentrações totais de metais não refletem a biodisponibilidade total do elemento.