De ponto em ponto, se muda a vida: autogestão e saúde da mulher trabalhadora numa cooperativa de costura artesanal do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Carvalho, Susana Corbacho Alvarez de
Orientador(a): Minayo Gomez, Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4616
Resumo: As transformações econômicas ocorridas nas últimas décadas exerceram forte impacto sobre o mundo do trabalho, acelerando o processo de precarização sofrido, sobretudo, pelas trabalhadoras. Diante desse novo cenário, alternativas vêm sendo buscadas para o enfrentamento do desemprego e para a geração de renda, com destaque para o campo da economia solidária. O presente estudo, realizado em uma cooperativa de costura artesanal localizada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, situa-se nessa perspectiva e contempla também a questão das relações de gênero. Buscou-se compreender como esse empreendimento, além de constituir uma possibilidade de sobrevivência, pode contribuir para dotar o trabalho com um novo sentido, potencializando a produção de saúde para as pessoas envolvidas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que foram entrevistadas sete trabalhadoras do conjunto que compõe a cooperativa. Na análise de suas falas, procurou-se entender o significado dessa experiência em suas vidas. Como resultado, foi possível constatar a importância de tal engajamento, principalmente do ponto de vista psicossocial. Verificou-se que, apesar das dificuldades e conflitos inerentes à implementação de um processo de produção autogestionário, prevalece uma percepção positiva do trabalho realizado. A busca pela independência financeira ainda contrasta com os rendimentos insuficientes alcançados, que são compensados pelo exercício cotidiano da autonomia e da criatividade aplicadas às técnicas artesanais. Foram percebidas algumas mudanças significativas nos planos da subjetividade e das relações de gênero, no entanto, a questão da dupla jornada permanece como um desafio diário para as mulheres da cooperativa.