Detalhamento morfológico e análise da expressão proteica do nematoide Angiostrongylus costaricensis em suas diferentes fases evolutivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Rebello, Karina Mastropasqua
Orientador(a): Ferreira, Ana Gisele da Costa Neves, Lenzi, Henrique Leonel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Oswaldo Cruz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7011
Resumo: Angiostrongylus costaricensis é o nematoide causador da angiostrongilíase abdominal, uma parasitose de ampla distribuição na América Latina. Este trabalho teve como objetivos a caracterização da morfologia e a determinação dos padrões de expressão proteica dos diferentes estágios de desenvolvimento deste helminto. Para o estudo morfológico, utilizamos microscopia de luz, microscopia eletrônica de varredura e microscopia confocal a laser. Métodos bioquímicos clássicos e proteômicos foram utilizados nas análises de expressão proteica, incluindo a caracterização de proteases e proteínas imunorreativas. Larvas de primeiro estágio (L1) foram obtidas das fezes de roedores Sigmodon hispidus infectados e larvas de terceiro estágio (L3) foram coletadas de moluscos Biomphalaria glabrata previamente infectadas com L1. Vermes adultos foram recuperados das artérias mesentéricas de roedores. Os dados morfológicos se mostraram compatíveis com os descritos anteriormente para A. costaricensis. Entretanto, várias novas estruturas foram observadas, tais como detalhes das estriações cuticulares nos espículos de machos adultos, uma aba de cutícula protetora cobrindo a abertura vulvar, o gubernáculo e a válvula esofágica-intestinal. Algumas características taxonômicas foram redescritas e outras, como o número correto de papilas ao redor da boca e atrás da abertura cloacal, foram documentadas pela primeira vez. Os extratos celulares dos vermes adultos de ambos os sexos mostraram perfis similares por eletroforese bidimensional, com 60% de todos os spots proteicos focalizando entre pH 5-7 e com massas moleculares de 20,1 a 66 kDa. Dentre as proteínas mais abundantes, 53 foram identificadas e se mostraram associadas aos seguintes termos do Gene Ontology – Biological Process: “processo metabólico de macromoléculas”, “processo de desenvolvimento”, “resposta à estresse” e “regulação biológica”. Os immunoblots de fêmeas e machos adultos mostraram padrões similares de proteínas reativas, identificadas por MS/MS como proteínas de choque térmico, proteína putativa DAuer e galectinas, entre outras. Nos ensaios de zimografia, apenas os extratos dos estágios larvares mostraram atividade gelatinásica, caracterizada em L1 e L3 como serino- e metaloproteases, respectivamente. Vermes adultos e larvas hidrolisaram hemoglobina em solução, atividade enzimática atribuída à presença de aspártico-proteases. Nossos resultados contribuem para a melhor compreensão da biologia do A. costaricensis e representam um primeiro passo na busca por proteínas candidatas para o diagnóstico e o tratamento desta infecção parasitária.