Formação Ética e Experimentação Animal: As Concepções de Discentes e Professores sobre o Uso de Animais em Práticas Didático-Científicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Melgaço, Izabel Christina Pitta Pinheiro de Souza
Orientador(a): Almeida, Helena Carla Castro Cardoso de, Meirelles, Rosane Moreira Silva de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4049
Resumo: A formação ética realizada durante a aprendizagem de conceitos biológicos através da experimentação animal é uma preocupação do crescente debate bioético no ensino superior biomédico no que concerne a instituição do respeito à vida. O uso “desproblematizado” de animais em situações didáticas deixa de conferir critérios humanísticos à formação dos discentes e pode repercutir negativamente em suas futuras atividades profissionais de ensino e pesquisa. O objetivo desse estudo foi investigar as concepções e atitudes de acadêmicos discentes dos cursos de Biomedicina e Ciências Biológicas e docentes dos departamentos de Imunologia, Fisiologia, Zoologia e Anatomia de uma Instituição Federal de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro sobre as orientações éticas e legais do uso de animais nas Universidades. A investigação foi realizada através da aplicação de questionários semi-estruturados aos sujeitos e os dados coletados foram posteriormente categorizados em perspectiva qualitativa. Observou-se que os discentes e professores avaliados, aparentemente, desconhecem a legislação e os preceitos éticos para a experimentação animal. Embora os professores informem que discentes dificilmente rejeitam a experimentação em animais, os alunos revelaram que apresentam reações emocionais negativas quando da manipulação de animais, sugerindo uma recusa de “forma silenciosa” para essa atividade. Os professores de Anatomia e Fisiologia investigados revelaram que o uso de animais não é indispensável para a aprendizagem de conceitos biológicos, enquanto os professores de Zoologia e Imunologia realizam aulas demonstrativas com animais vivos e aparentam uma conduta experimentalista acrítica. Os resultados obtidos indicam a necessidade de um debate acerca das questões legais da experimentação animal, com uma discussão mais aprofundada e transdisciplinar da bioética durante a formação dos futuros professores e pesquisadores das áreas de biologia e saúde.