Contribuição para a construção do projeto político pedagógico da Escola Antônio Carlos do assentamento Margarida Alves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Matilde de Oliveira de Araujo
Orientador(a): Fontes, Virgínia Maria Gomes de Mattos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20640
Resumo: O trabalho é resultado da pesquisa que teve como objeto o processo de construção do Projeto Político Pedagógico-PPP da Escola Antônio Carlos do Assentamento Margarida Alves. Conquistado nos anos de 1980 pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraMST, o assentamento localiza-se no município de Nova União em Rondônia, situado na Amazônia brasileira. Tendo por motivação principal o fortalecimento da Escola perante o poder público municipal e, por consequência, o fortalecimento do próprio Assentamento, este trabalho procedeu a uma investigação sobre as principais questões que emergiram em um espaço próprio de estudo e trabalho criado pela comunidade escolar com a finalidade de organizar o processo de redação do PPP – um grupo de trabalho de 30 pessoas (GT) – bem como a forma com que o referencial teórico de educação assumido pelos Movimentos Sociais do Campo, e em especial pelo MST, foi recepcionado pelos membros deste GT. A pesquisa assumiu como metodologia a pesquisa-ação-militante e como referencial teórico o materialismo histórico-dialético. No campo da educação, e em afinidade com o referencial adotado, trabalhamos com três categorias estruturantes desta pesquisa: o vínculo trabalhoeducação, auto-organização e atualização, extraídas do arcabouço teórico-prático produzido pela luta da classe trabalhadora e assumida pela luta dos povos do campo, como a Pedagogia do Movimento, a Reforma Agrária Popular, a Educação do Campo e o campo teórico da saúde e ambiente. Confrontado com o processo, nosso estudo confirmou que para se construir coerentemente o PPP de uma escola é fundamental disposição para percorrer uma longa caminhada, uma vez que se trata de um processo de luta política e não de uma ação pontual. Como conclusão, a pesquisa apontou para a necessidade de se construir processos que vão além da elaboração do Projeto Pedagógico, como a intervenção no nível da própria estruturação curricular – a exemplo da introdução do ensino de cooperativismo e agroecologia – a co-responsabilização dos educadores na produção de material didático; a participação efetiva dos diferentes segmentos da comunidade nos processos de construção da escola; a garantia de processos de formação capazes de levar os sujeitos à apreensão de uma visão mais unitária do mundo. Trata-se de construir uma escola que se desafie a ir além dos seus muros e da lógica do capital, assumindo a perspectiva e os anseios da classe trabalhadora.