Estudo dos transtornos mentais comuns em um grupo de Agentes de Combate às Endemias do estado do Rio de Janeiro expostos a agrotóxicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vidal, Priscila Jeronimo da Silva Rodrigues
Orientador(a): Larentis, Ariane Leites
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49220
Resumo: Os Agentes de Combate às Endemias (ACE) representam uma das categorias mais expostas aos efeitos dos agrotóxicos utilizados no controle vetorial. Além disso, enfrentam precárias condições de trabalho com relatos de assédio moral, inadequação ou ausência de treinamento e processos formativos quase inexistentes. O contexto da pandemia de covid-19 também tem revelado o agravamento dessas condições, levando a categoria a compartilhar medo, insegurança e incertezas. Estudos anteriores levantaram hipóteses de agravos à saúde mental associado ao uso, aplicação e manuseio de agrotóxicos na população rural. Neste sentido, o estudo teve como objetivo analisar a relação entre a saúde mental e o trabalho dos Agentes de Combate às Endemias do estado do Rio de Janeiro nesse contexto. Para tanto, foi aplicado um questionário online com questões relacionadas ao trabalho, saúde, qualidade do sono e condições de trabalho e saúde na pandemia, incluindo o Self-Reporting Questionnaire para rastreio dos transtornos mentais comuns (TMC). Obtivemos 139 questionários válidos sendo utilizado para análise estatística o Teste Qui-quadrado e Exato de Fisher. No que se refere à saúde e trabalho no contexto da pandemia, 54,7% tiveram em algum momento em isolamento ou distanciamento físico; 4,3% relataram ser um caso provável ou suspeito de covid-19 e 7,9% diagnosticados; 83,4% já tinham retornado às atividades nas ruas em regime parcial ou integral. Em relação ao consumo de bebidas alcoólicas e fumo durante o distanciamento, 18,0% mencionaram ter bebido mais e 13,3% dos que fumam referiram ter fumado mais durante a pandemia. Em relação ao TMC, o estudo identificou a frequência de 43,2% de sintomas indicativos à TMC na população estudada. O estado civil e a escolaridade também foram associados com p\22640,01 e p\22640,05, respectivamente. As associações encontradas em relação ao trabalho foram: bomba de aspersão p\22640,02, sintomas referidos de intoxicação p\22640,00 e diagnóstico prévio de depressão p\22640,00. Quanto aos casos de diagnóstico prévio de depressão, identificamos associações com o sexo feminino p\22640,03; atividade envolvendo contato, manipulação ou aplicação de agrotóxicos no passado p\22640,04; sintomas referidos de intoxicação p\22640,00; uso referido de malathion na última década p\22640,02; atividades relacionadas com agente de campo p\22640,05 e ideação suicida (p\22640,00). Os resultados reforçam hipóteses de que as condições e processos de trabalho têm sido um fator para adoecimento da população estudada. Contudo, estudos mais robustos precisam ser realizados. Sendo observada uma demanda dessa população no que se refere à saúde mental.