Miranda Ribeiro: um zoólogo evolucionista nos primeiros anos da República (1894-1938)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Cid, Maria Rosa Lopez
Orientador(a): Waizbort, Ricardo Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/15963
Resumo: Miranda Ribeiro construiu, a partir de seu trabalho, a reputação de grande zoólogo e especialista em peixes. Aprendeu a fazer ciência na prática com aqueles pesquisadores que foi conhecendo desde o momento em que iniciou suas atividades no Museu. Alguns desses pesquisadores foram, muito provavelmente, responsáveis pela orientação metodológica que deu aos seus trabalhos. E, além de sua grande capacidade de aprendizado, de sua organização e capacidade de trabalho, e, também como conseqüência dessas qualidades, Miranda Ribeiro estabeleceu relações com os cientistas mais importantes que trabalhavam no Brasil e muitos cientistas estrangeiros, renomados em suas áreas de pesquisa. O zoólogo do Museu Nacional tinha grande interesse em conhecer a fauna (principalmente a vertebrada) brasileira e se destacou no campo da taxionomia identificando e classificando muitos animais brasileiros. Seu método para classificá-los tinha como referência a origem comum dos seres vivos, que era uma das teorias que integrava o darwinismo. Embora, em seus trabalhos, abuse das descrições morfológicas e anatômicas, partindo do princípio de que os grupos de organismos tiveram uma origem comum, a morfologia, a anatomia, a fisiologia, a embriologia semelhantes entre certos 12 grupos podem ser explicadas a partir de ancestrais comuns que sofreram processos de especiação. É isso que Miranda Ribeiro tenta mostrar em seus trabalhos, mesmo durante um período em que o darwinismo já não era tão popular. Assumindo a opinião, comum a muitos de seus contemporâneos, de que produzir ciência de qualidade em instituições bem organizadas era a única maneira de contribuir para o progresso econômico e social do país, que se achava em dificuldades pela mudança de regime político, pelos problemas com a população miscigenada, que era considerada incapaz, com as epidemias que assolavam o país, com as pragas que atacavam a agricultura, principal fonte econômica na época, Miranda Ribeiro, sempre que tinha oportunidade, discursava a favor da ciência, dos cientistas e das instituições científicas. Realizou, através de seus trabalhos, tudo o que lhe foi possível para valorizar e especializar as ciências biológicas, defendendo referenciais teóricos que estavam ligados ao evolucionismo, tomando como modelos de cientistas, Darwin e Müller, principalmente.