Estudo comparativo da analgesia pós-operatória utilizando opióides e antiinflamatórios não-esteroidais em cães submetidos à ovariossalpingohisterectomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ascoli, Fabio Otero
Orientador(a): Faria Neto, Hugo Caire de Castro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20697
Resumo: Nos últimos anos, aumentaram as discussões sobre o bem-estar dos animais e os debates sobre a importância do controle da dor, principalmente a dor pós-operatória. Apesar do aumento nas pesquisas clínicas em animais relacionadas à avaliação da dor pós-operatória, ainda é escasso o número de ferramentas eficientes de avaliação. Não existem estudos em animais submetidos a cirurgias comparando diferentes escalas de avaliação de dor e correlacionando-as com a quantidade de mediadores pró-inflamatórios presente no plasma. Por isso, este estudo objetivou o pioneirismo na comparação da analgesia pós-operatória em grupos de cães tratados com morfina, cetoprofeno e morfina + cetoprofeno antes ou durante a ovariossalpingo-histerectomia através da relação entre a quantidade plasmática de PGE2, IL-6 e nitrito com a dor pós-operatória avaliada com quatro escalas de avaliação de dor. Foram utilizadas 48 cadelas, hígidas, com peso compreendido entre 5 e 28 kg e idade entre 12 e 54 meses. Em todos os cães a medicação pré-anestésica foi realizada com acepromazina (0,02 mg.kg-1 IM) 30 minutos antes da indução anestésica, a qual foi realizada com tiopental sódico (10 mg.kg-1 IV ). Após a intubação endotraqueal, a anestesia foi mantida com 1,3% de halotano (1,5 CAM). Os animais foram divididos de forma randomizada em seis tratamentos analgésicos: Ma - morfina antes da cirurgia, Mt \2013 morfina durante a cirurgia, Ca \2013 cetoprofeno antes da cirurgia, Ct \2013 cetoprofeno durante a cirurgia, MCa \2013 morfina + cetoprofeno antes da cirurgia e MCt \2013 morfina + cetoprofeno durante a cirurgia. Os animais foram avaliados utilizando as escalas: Analógica Visual, Melbourne, Glasgow e Melbourne + Glasgow durante 48 horas. Também foi coletado sangue nos tempos 0, 6, 12, 24 e 48 horas para a mensuração de PGE2, IL-6 e nitrito Os resultados mostraram que os grupos Ca e Ct apresentaram menores pontuações durantes as 48 horas, e em todos os grupos as pontuações foram mais altas nas primeiras horas, principalmente nos grupos da morfina. Apenas quatro animais necessitaram de complemento analgésico nas primeiras 8 horas da avaliação: dois do grupo Mt, um do Ca e um do MCt. Dentre as escalas utilizadas, a escala de Glasgow demonstrou ser a mais sensível para identificar dor em cães, pois diferenciou um maior número de tratamentos e identificou um maior número de momentos de dor. A concentração plasmática de PGE2 demonstrou uma tendência de correlação com o tratamento analgésico utilizado, pois os grupos que receberam cetoprofeno apresentaram redução da PGE2, enquanto os grupos que receberam morfina apresentaram um aumento desta substância durante as 48 horas. Através dos resultados obtidos, podemos concluir que cetoprofeno é o melhor tratamento analgésico na cirurgia de OSH de cadelas, e que a escala de Glasgow é a escala multidimensional mais sensível para identificar dor pós-operatória neste tipo procedimento. Além disso, a mensuração plasmática de PGE2 demonstrou ser influenciada pelo protocolo, o que sugere que as mensurações dos mediadores pró-inflamatórios no plasma são possíveis ferramentas na avaliação de protocolos analgésicos na dor pós-operatória de animais