Influência de infecção secundária e outros fatores na cicatrização de lesões ulceradas de leishmaniose cutânea e de esporotricose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Liliane de Fátima Antonio
Orientador(a): Pimentel, Maria Inês Fernandes, Lyra, Marcelo Rosandiski
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26513
Resumo: A leishmaniose cutânea (LC) e a esporotricose frequentemente se apresentam com lesões ulceradas. O rompimento da barreira cutânea predispõe à infecção secundária. Em tese, a presença de bactérias e/ou fungos nas lesões ulceradas poderia dificultar o processo de cicatrização. Ambas são doenças endêmicas no estado do Rio de Janeiro e fazem parte do diagnóstico diferencial das lesões cutâneas ulceradas. Objetivamos verificar a presença de bactérias e/ou fungos nas úlceras cutâneas de leishmaniose e esporotricose, e averiguar se isto interferiu na epitelização e cicatrização das lesões ulceradas e no tempo necessário para tais desfechos. Em um estudo de coorte prospectivo, foram incluídos 25 pacientes com LC e 64 pacientes com esporotricose, com lesões ulceradas, atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil, entre outubro de 2013 e fevereiro de 2016. Na fase de investigação diagnóstica, as úlceras cutâneas foram biopsiadas para coleta de fragmentos para exame bacteriológico (bacterioscopia e cultura de bactérias aeróbicas e anaeróbicas facultativas), cultura para Leishmania spp e cultura para fungos, cada qual em meios apropriados. Verificou-se a resposta terapêutica (epitelização e cicatrização) e o tempo em dias necessário para alcançar estes desfechos, comparando os pacientes que apresentaram ou não bactérias e/ou fungos nas lesões ulceradas por ocasião do diagnóstico Cerca de 40% das lesões de pacientes com LC apresentaram infecção secundária por um ou mais de 5 diferentes microorganismos: Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Candida parapsilosis, Enterococcus faecalis, e Streptococcus pyogenes. Nos casos de esporotricose, encontramos 9,4% das lesões com coinfecção por Staphylococcus aureus e/ou Enterobacter cloacae. Conseguimos isolar Sporothrix spp em meio NNN + Schneider em 98% dos casos de esporotricose. A ocorrência de infecção secundária foi estatísticamente superior nos casos de LC do que na esporotricose, no entanto, não influenciou o tempo de epitelização ou de cicatrização total das lesões destas enfermidades. Na LC a localização da lesão influenciou o tempo de epitelização, e o diâmetro da lesão e o tratamento utilizado influenciaram a cicatrização total das lesões. Nos casos de esporotricose, a idade e a visualização de fungos no exame histopatógico influenciaram no tempo de epitelização da doença, e o tempo de evolução da doença e a visualização de fungos no exame histopatógico ajustados por sexo influenciaram no tempo de cicatrização total. O sexo, ocorrência de infecção secundária, localização, tipo de cicatriz, tempo de evolução e número das lesões foram significativamente diferentes entre LC e esporotricose e podem auxiliar no diagnóstico diferencial entre estas duas doenças.