Metodologia de estudo das parasitoses intestinais e da tuberculose em área hiperendêmica em Benevides, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cardoso, Biatriz Araújo
Orientador(a): Saad, Maria Helena Feres, Moraes Neto, Antonio Henrique Almeida de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23825
Resumo: O plano \201CBrasil sem Miséria\201D (BSM) objetiva reduzir a situação de pobreza e ampliar o acesso aos serviços públicos, principalmente nas localidades com condições ambientais precárias devido ao crescimento urbano de forma desordenada, levando o surgimento de doenças da pobreza, como tuberculose (TB) e parasitoses intestinais (PI) que são grandes problemas de saúde pública. Este estudo objetiva avaliar a frequência e fatores associados às parasitoses intestinais e à tuberculose em área de habitações precárias no Distrito do Murinin, Benevides, Pará. Metodologia de avaliação das condições socioambiental, da cobertura da rede local de saúde, da prevalência de tuberculose (2011-2014), da frequência de seus contatos latentemente infectados por Mycobacterium tuberculosis (LTBI), da prevalência de infecção por parasitoses intestinais (IPI), e dos conhecimentos, atitudes e práticas (CAP), sobre estes agravos, nos residentes e agentes comunitários de saúde (ACS) nesta área remota da região metropolitana da Amazônia foi aplicada. No período de 2015-2016 360 famílias (1425/5000 habitantes) foram arrolados no estudo. Verificou-se estrutura socioambiental inadequada, com cômodos compartilhados com área sanitária, uso de poço e 47,8% das famílias tinham baixos rendimentos. A prevalência média de TB foi de 105/100.000 habitantes. Dos pacientes TB diagnosticados entre 2011-2014, análise clinico epidemiológica mostrou que 85% tiveram contato prévio com TB e 45,5% eram contatos intradomiciliar. A LTBI foi detectada em 22,9% dos contos familiares destes pacientes, porém nenhum foi submetido a controle. Mais da metade (65%) de 43,6% das fezes examinadas foram prevalentemente positivas para os protozoários Giardia intestinalis (38,8%), Entamoeba histolytica (20,89%), Blastocistis hominis (14,42%), e geohelminto Ascaris lumbricoides (14,42%) Quando comparado ACS e residentes, os ACS apresentaram renda familiar (p=0,004) e escolaridade mais elevada (p<0,001), 39,2% dos residentes tinham ensino fundamental incompleto. Aproximadamente, 15% dos ACS e 38% dos respondentes familiares tiveram exposição à casos de TB ativa (p=0,03). Quanto ao CAP, ambos tiveram percepção da gravidade da TB, porém, não há diferença significativa de conhecimento entre eles, revelando conhecimento desfavoráveis para transmissão, prevenção e causa, mas para as IPI, os ACS mostraram ter maior conhecimento sobre prevenção (p=0,05) e causa (p=0,01). Quando correlacionado a frequência de respostas corretas do CAP sobre TB e PI com o nível de escolaridade (ensino médio completo), foi observado significância para contágio, sintomas (p<0,0001) e prevenção (p=0,015) para a TB e contagio, local de transmissão e prevenção (p<0,0001) para PI. Para contribuir no conhecimento dos ACS foram oferecidas atividades educacionais sobre os agravos, e o CAP foi reaplicado seis meses depois. Esta atividade influenciou positivamente no conhecimento, principalmente sobre prevenção, embora sem significância estatística (p=0,08). Desta forma, esse estudo enfatiza a necessidade de políticas públicas que minimizem a TB ativa e IPI. Entre estas, implementar melhorias no sistema WaSH (água, saneamento e higiene), com água tratada, saneamento ambiental, eficiente sistema de esgoto, aliado a forte política de educação continuada e vigilância epidemiológica mais abrangente para melhor controle da TB e LTBI e tratamento básico para IPI. Portanto, melhorias na gestão dos recursos públicos deve ser um processo dinâmico, adequando as políticas de promoção da saúde para facilitar estes processos