Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Bizzo, Maria Letícia Galluzzi |
Orientador(a): |
Lima, Nísia Trindade |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17762
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Resumo: |
Esta tese objetivou analisar as relações entre duas agendas internacionais de nutrição - a da Organização de Saúde da Liga das Nações (OSLN) e a da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) - comparativamente com a agenda da comunidade brasileira de nutrição, no período 1932-1964. Constatou-se haver importantes nexos em comum quanto a: conhecimento científico; multidisciplinaridade; interpretação de causas e soluções para problemas alimentares populacionais; politização da temática alimentar; articulação ciência-ensino-políticas. Condições históricas, sociais, econômicas e sanitárias permearam a construção das três agendas, dentre elas questões nacionais e internacionais ligadas à modernização (década de 1930 e primeira metade da década de 1940) e, com muito mais força, ao desenvolvimento (pós-II Guerra Mundial). Tais condições atuaram sobre a importância conferida à nutrição no cenário nacional e internacional do período. Já no contexto brasileiro, a comunidade nacional de nutrição pôs o pensamento social brasileiro sobre alimentação em interação com ideias originárias da OSLN e da FAO. A agenda construída favoreceu uma maior inserção da nutrição nos campos médico e burocrático no país, e iniciativas de institucionalização da nutrição, com criação de algumas entidades e políticas. Embora, comparativamente com o almejado pela comunidade brasileira de nutrição, a institucionalização tenha sido restrita, a agenda formulada deixou marcos importantes na forma como os problemas nacionais passaram a ser analisados no campo da nutrição, e nas tradições científicas e políticas brasileiras em nutrição. Nas relações FAO/Brasil envolvidas na construção da agenda brasileira - incluindo a assistência técnica da FAO ao Brasil -, assimetrias e negociações tiveram lugar. O médico Josué de Castro, líder da nutrição brasileira no período, atuou na FAO de 1947 a 1964, presidindo o Conselho da agência e atuando nas áreas de organização de políticas, construção de conhecimento, defesa de medidas amplas de combate à fome e liderança dos países 'subdesenvolvidos'. A passagem de Castro pela FAO contribuiu para inflexões em suas próprias ideias sobre relações alimentação desenvolvimento mediadas pela agricultura, pela industrialização e pela política internacional que circundava tais relações. |