A aventura da mudança sobre a diversidade de formas de intervir no trabalho para se promover saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Souza, Katia Reis de
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2565
Resumo: Nesta tese, analiso a aventura da mudança do trabalho por intermédio da experiência do “Programa de Formação em Saúde, Gênero e Trabalho nas Escolas”, com ênfase na participação – protagonista – dos trabalhadores e sindicalistas. Por meio de relatos do trabalho em escolas, eles falaram de suas dificuldades, mas também do potencial da ação transformadora quanto à promoção da saúde. Meu objetivo primordial consiste em reconstruir essa experiência, lançando mão das bases conceituais de uma linhagem crítica de pensamento (Marx, Gramsci, Freire, Odonne, Schwartz, dentre outros) que toma o trabalho como princípio educativo e a experiência do trabalho como referência central para a sua compreensão e sua transformação. Igualmente, busco uma melhor compreensão acerca do método do Programa de Formação, sob o enfoque de seus aspectos educativos. Os resultados dos diálogos e das entrevistas, marcados por narrativas tanto de êxitos quanto de obstáculos, possibilitaram visualizar formas diversas de se analisar e de se intervir no trabalho, como também múltiplas maneiras (individual e coletiva) de os profissionais da educação se relacionarem com sua atividade de trabalho, o que se constatou, por exemplo, a partir do relato de uma experiência (bem-sucedida) de gestão voltada para os trabalhadores. Outra descoberta diz respeito ao fato de os trabalhadores entrevistados referirem, como principais mudanças, aquelas que ocorreram no modo de ver e pensar os problemas do trabalho em relação à saúde. Com isso, confirmei que o dispositivo metodológico empregado no Programa de Formação transforma a elaboração subjetiva dos trabalhadores em relação ao seu próprio trabalho, pois eles já não o percebem nem o pensam da mesma forma de antes de o terem vivenciado. Verifiquei, ainda, que o Programa de Formação proporcionou aos sindicalistas uma argumentação mais qualificada sobre as condições de trabalho nas escolas, o que, como conseqüência, levou-os a se sentirem mais bem preparados para a objeção de políticas governamentais que são antagônicas aos interesses dos trabalhadores da educação e que têm, inclusive, efeitos nocivos sobre a saúde desse coletivo.