Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Yasmine Rangel |
Orientador(a): |
Paula, Vanessa Salete de,
Pinto, Marcelo Alves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23148
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Resumo: |
Os hepadnavírus são os únicos vírus animais que replicam seu genoma de DNA via transcrição reversa. Pertencem à família Hepadnaviridae, a qual pode ser encontrada circulando em mamíferos (Gênero Orthohepadnavirus) e aves (Gênero Avihepadnavirus). Humanos, chimpanzés, gibões, gorilas e orangotangos podem ser infectados pelo HBV, a espécie protótipo. Vírus similares são encontrados em uma variedade de outros mamíferos como macacos-barrigudos, marmotas, esquilos e morcegos, além de aves como patos, gansos, garças e cegonhas. Desde 2010, a literatura evidencia a circulação de hepadnavírus em uma maior diversidade de hospedeiros, como suínos, galinhas, anfíbios e peixes. Além disso, achados fósseis demonstram a presença de elementos virais endógenos em cobras, tartarugas, crocodilianos e aves. Essas descobertas podem ajudar a identificar e caracterizar o hepadnavírus circulante em animais, contribuir para elucidar a origem do vírus HBV e sua história evolutiva, e identificar possíveis novos modelos de estudo in vivo. Diante disso, inicialmente investigamos a infecção por hepadnavírus em suínos domésticos de rebanhos brasileiros através de testagem sorológica, e buscamos evidências moleculares da presença do DNA viral. Foi possível demonstrar a infecção ativa em 0,8% dos suínos brasileiros, a presença de anti-HBc total em 7,54% dos animais, e a confirmação molecular em 1,06% do grupo de estudo. Em seguida, buscamos avaliar a frequência de DNA dos hepadnavírus em suínos de abatedouros comerciais, caracterizar molecularmente o vírus circulante, determinar a distância genética e realizar a inferência filogenética dos vírus encontrados frente aos demais hepadnavírus conhecidos. Verificamos a presença do DNA viral em 11,11% da população de estudo. A identidade com o HBV foi de 98,9-99,7%, e os hepadnavírus se agruparam próximo às sequências correspondentes aos genótipos A e E. Análises de imunofluorescência em biópsias hepáticas dos animais também confirmaram a presença do HBsAg. Por fim, realizamos a busca por novos hospedeiros de hepadnavírus em animais domésticos, de importância econômica, e selvagens e/ou exóticos, em localidades do Brasil e Uruguai. A circulação de hepadnavírus em animais domésticos foi demonstrada pela primeira vez para os suínos domésticos do Uruguai e os cavalos do Brasil, assim como de forma pioneira para os animais de vida livre, como os porcos selvagens, os cães domésticos, o cachorro do mato, a onça, o lobo-guará e o mão-pelada do Brasil. Nossos resultados indicam evidências sorológicas e moleculares da circulação de um vírus similar ao HBV em animais domésticos e selvagens. Além do aumento da lista de candidatos a hospedeiros de hepadnavírus, evidências da sua circulação em animais selvagens denotam que a fonte de infecção pode não depender da proximidade com o homem. |