Aspectos clínicoimunológicos e perfil de células linfoides inatas do tipo 2 (ILC2) de indivíduos com esquistossomose mansônica humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Macedo, Michael Nascimento
Orientador(a): Oliveira, Ricardo Riccio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50144
Resumo: INTRODUÇÃO: A esquistossomose é uma doença causada por parasitas do gênero Schistosoma. Atualmente, sabe-se que cinco diferentes espécies podem causar doença no homem, dentre elas o Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose no Brasil. Essa doença se distribui em 78 países e acomete aproximadamente 250 milhões de pessoas. A fase aguda da infecção é marcada pela produção de citocinas pró-inflamatórias, enquanto a fase crônica caracteriza-se por um predomínio de citocinas do tipo 2. Apesar dessa mudança para o polo Th2 na fase crônica da infeção ser favorável ao controle do parasito, a longo prazo esta resposta pode ser responsável pelos danos observados na doença. Um grupo recentemente descoberto de células, as células linfóides inatas do tipo 2 (ILC2), vem sendo descrito como importantes no contexto de doenças que cursam com uma resposta Th2, como nas helmintíases. Acredita-se que nestas condições as ILC2 sejam fundamentais produtoras de citocinas do tipo 2, como a IL-13, que pode contribuir para os principais eventos danosos. Apesar disso, o seu papel na esquistossomose mansônica humana ainda não foi elucidado. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi caracterizar o fenótipo e perfil de citocinas de células linfoides inatas do tipo 2 (ILC2) circulantes em indivíduos infectados pelo Schistosoma mansoni. MATERIAL E MÉTODOS: Foram recrutados indivíduos infectados pelo S. mansoni residentes em uma área endêmica e controles saudáveis não residentes. As citocinas séricas avaliadas foram dosadas por meio de ELISA e CBA (Th1, Th2 e Th17). Também foram utilizadas amostras de soro para a avaliação das concentrações séricas das enzimas hepáticas TGO, TGP, \03B3GT e ALP, para avaliação indireta de danos hepáticos. A frequência das ILC2 foi avaliada por citometria de fluxo e a sua cultura foi realizada após separação destas por sorting. A produção das citocinas por ILC2 isoladas por sorting também foi avaliada pelos métodos de ELISA e CBA. RESULTADOS: Os dados deste trabalho mostram que indivíduos infectados pelo S. mansoni apresentam elevadas concentrações séricas das citocinas TSLP e IL-13, e que o tratamento da doença induz à redução desses níveis. Além disso, também foi possível observar que estes indivíduos apresentam significativas alterações nas concentrações das enzimas hepáticas TGO, TGP, \03B3GT e ALP. Além disso, o coeficiente de Ritis (preditor de cronicidade) mostrou que 98,5% dos participantes podem apresentar lesões crônicas. Apesar de não haver diferença na frequência das ILC2 entre infectados e controles, os indivíduos com esquistossomose apresentam maior expressão do receptor CRTH2. Além disso, as ILC2 isoladas por sorting de indivíduos infectados, também produzem mais IL-13 em comparação com os controles. CONCLUSÕES: Com esse estudo, foi possível demonstrar que o tratamento da esquistossomose mansônica humana diminui as concentrações séricas das citocinas TSLP e IL-13, envolvidas nos processos de manutenção e homeostase. A partir dos resultados, sugere-se que as ILC2 podem ser uma importante fonte de IL-13, uma vez que indivíduos infectados apresentam elevadas concentrações no soro e essa alta concentração também pôde ser demonstrada por ILC2 in vitro.