Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Possolli, Glaucia Talita |
Orientador(a): |
Carvalho, Márcia Lázaro de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40188
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Resumo: |
O espectro de morbidade materna na gestação possui dois extremos, de um lado a gestação saudável e de outro o óbito materno. Nesse continuum insere-se um determinado grau de morbidade grave, em que a mulher quase morre, caracterizando o conceito de near miss materno (NMM). Objetivo: Avaliar como os fatores relacionados ao contexto da organização da assistência à saúde impactam na variância do NMM de mulheres atendidas no Brasil. Método: Trata-se de uma análise multinível bayesiana cuja população foi composta por 23.894 mulheres que participaram da pesquisa “Nascer no Brasil”. A variável resposta, NMM, foi classificada de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Estimou-se os modelos multiníveis considerando o efeito aleatório de Hospital e de Unidade da Federação (UF) e utilizou o peso escalonado. Primeiramente estimou-se um modelo nulo. No segundo modelo considerou-se as variáveis cujo intervalo de credibilidade de 95% (HDI95%) da média estimada não continha o zero e incluídas as variáveis relacionadas ao processo de organização da assistência. Estimou-se as Razões de Chance ajustadas (RCa) a posteriori e os efeitos aleatórios dos hospitais e das UF. As RCa posterioris foram analisadas com as razões de mortalidade materna (RMM) padronizadas, cujas informações de mortalidade foram obtidas no DATASUS. Resultados: Os hospitais e as UF responderam por 26% e 15% da variância da incidência de NMM, respectivamente, após ajuste do modelo. Em ambos os contextos analisados, a forma de nascimento e a estratificação de risco gestacional estiveram associadas a um aumento na chance de ser classificada como NMM. Quando analisado o contexto de UF o não referenciamento à maternidade para o parto (RCa de 2,23 (HDI95%: 0,82-5,09)) e ser internada para o parto no segundo hospital procurado (RCa de 1,83 (HDI95%: 1,16-2,63)) estiveram associados ao NMM. Os efeitos aleatórios das UF mostram que existem Estados que apresentam uma redução na média de NMM, porém uma RMM acima da média. Conclusão: A análise multinível bayesiana permitiu avaliar os efeitos aleatórios dos hospitais e das UF, porém é necessária atenção para a alocação dos pesos em dados que utilizam plano amostral complexo. Os efeitos aleatórios evidenciaram uma parcela significativa da variância atribuída aos hospitais e no contexto de UF a vinculação à maternidade para o parto e o número de hospitais procurados até a internação para o parto são características que estiveram associadas ao NMM. Há a necessidade de se incorporar as análises de mortalidade materna para a correta análise do NMM e compreensão da dinâmica da morbidade materna grave. Os resultados do presente estudo mostram a necessidade de fortalecimento da organização das redes de atenção à saúde materno- infantil como dispositivo importante para assegurar a assistência certa de acordo com o risco gestacional e a garantia do referenciamento ao hospital no momento do parto. |