Biossegurança e Aids: as dimensões psicossociais do acidente com material biológico no trabalho em hospital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Brandão Junior, Paulo Starling
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5409
Resumo: Este trabalho pretende analisar as dimensões psicossociais do acidente com material biológico no trabalho de profissionais de saúde de um hospital geral. Os fatores de vulnerabilidade ao HIV, as condições, a organização e o processo de trabalho hospitalar, a relação dos efeitos colaterais com os fenômenos psicossomáticos, as discrepâncias entre o trabalho prescrito e real além de algumas questões de gênero são temas que discutimos no desenvolvimento dessa pesquisa. No ano de 1997, o Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro registrou 53 acidentes com material biológico. Em 1998, a Comissão de Saúde do Trabalhador notificou 161 acidentes com predominância do sexo feminino, sendo que 74 necessitaram de profilaxia para HIV. Em nosso estudo, realizamos entrevistas no HSE-RJ com 21 trabalhadores (as) de saúde das categorias profissionais que mais se acidentaram nos anos de 1997 e 1998. Adotamos a metodologia qualitativa com entrevistas individuais, sigilosas e anônimas no local de trabalho, acompanhadas de um diário de campo e de observação participante. As dimensões psicossociais do acidente se mostraram na pesquisa através de um processo dinâmico e complexo que envolve a precarização do trabalho hospitalar, as repercussões psicossociais pós-acidente no trabalho e na família e sua associação com o HIV/AIDS e as reações psicossomáticas pós-profilaxia. Privilegiamos a experiência subjetiva dos (as) trabalhadores (as) sobre o acidente de trabalho, suas repercussões psicossociais além da percepção sobre a atividade que desenvolvem, bem como o ambiente de trabalho em geral. A visão da Medicina do Trabalho ainda é predominante nas análises dos acidentes em hospitais, individualizando-os e prevalecendo a concepção de “ato inseguro”. Um dos grandes problemas é que a dimensão psicossocial não é incorporada na compreensão dos acidentes no trabalho hospitalar. Isso justifica a necessidade de maior difusão de conhecimento e formação de trabalhadores (as) na área de Biossegurança Hospitalar em que a dimensão psicossocial seja um aspecto operante neste campo.