Avaliação do papel das células estreladas hepáticas, células endoteliais sinusoidais e macrófagos tipo II, no remodelamento pós-quimioterápico das lesões hepáticas na esquistossomose mansônica experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Borges, Delsilene dos Santos
Orientador(a): Andrade, Zilton de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7482
Resumo: Na esquistossomose mansônica o fígado é o órgão alvo das agressões patogênicas, onde as lesões hepáticas caracterizam-se principalmente pela presença de granulomas periovulares e formação de fibrose periportal, além de alterações vasculares responsáveis pela hipertensão dentro do sistema venoso portal. A angiogênese precede a maioria dos casos de fibrose, onde se verifica participação direta das células estreladas hepáticas (CEH) e das células endoteliais sinusoidais (CES) que são estimuladas, principalmente por macrófagos do tipo II (M2) – ativados alternativamente. O tratamento para esquistossomose é feito pelo uso do praziquantel (PZQ), o qual é capaz de promover cura parasitológica e reparo das lesões hepáticas, todavia pouco se sabe sobre os componentes celulares envolvidos na angiogênese durante o reparo do fígado. Este trabalho teve como objetivo estudar o remodelamento das lesões hepáticas pós-tratamento e investigar a participação das CEH, CES e macrófagos M2 no processo de reparo das lesões. Após aprovação pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-CPqGM), protocolo nº 006/2011, 80 camundongos Swiss Webstar foram utilizados, destes 70 foram infectados com 50 cercárias do Schistossoma mansoni e dez permaneceram intactos. Quatro meses após infecção foi realizado tratamento com PZQ (400mg/Kg) em parte dos animais infectados, formando assim três grupos: um controle, um infectado não tratado e outro infectado e tratado. Em diferentes intervalos de tempo foram realizadas três hepatectomias parciais: a primeira com quatro meses de infecção (antes do tratamento); a segunda com seis meses de infecção e dois meses de tratamento; a terceira com oito meses de infecção e quatro de tratamento. Os fragmentos hepáticos coletados foram submetidos a avaliações morfológicas e estudos imuno-histoquímicos para visualização de componentes celulares – macrófagos M2 (Ym1), CEH (α-SMA) e CES (CD31). Análises morfométricas foram realizadas para quantificação do percentual de tecido fibroso e das células imunomarcadas. Nossos resultados demonstraram que após dois meses de tratamento com PZQ foi possível observar reabsorção do tecido fibroso hepático com redução da expressão de macrófagos M2 e CEH. Quatro meses após a quimioterapia verifica-se aumento no número de células endoteliais. Esses resultados sugerem que macrófagos M2 e CEH têm participação ativa na formação do tecido fibroso, exercendo pouca influência na fase involutiva do granuloma. Todavia, a intensa proliferação de CES nos granulomas involutivos, confirma o importante papel da angiogênese no remodelamento das lesões hepáticas.