Produção de subjetividade em profissionais da saúde da atenção primária no cuidado realizado em contexto de pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Trott, Luna Cassel
Orientador(a): Amarante, Paulo Duarte de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55288
Resumo: Esta pesquisa está inserida no contexto social de emergência em saúde pública em decorrência da pandemia de COVID-19. Esta situação de novidade no contexto sanitário, bem como o agravamento das vulnerabilidades já existentes, demandando dos serviços de saúde importantes reorganizações nas práticas de cuidado. Assim, na APS, local de produção do cuidado nos territórios, esta reorganização também ocorreu apesar da centralidade dada ao cuidado hospitalar durante a pandemia. Considera-se que toda produção é constituída também pela produção de subjetividade, portanto entendemos que há uma produção de subjetividade no espaço do cuidado. Questionamo-nos quais as expressões da produção de subjetividade em profissionais da saúde da APS quanto ao cuidado em saúde realizado no contexto de COVID-19. Conhecer as mudanças na produção do cuidado, bem como identificar os afetos que se apresentaram durante a pandemia e os sentidos dados ao cuidado, pode ser importante para contribuir com práticas de gestão da saúde que considerem a intersubjetividade presente na produção do cuidado. Trata-se também da produção de memória sobre este período sanitário brasileiro. A pesquisa foi realizada com profissionais de dois municípios de diferentes portes (pequeno e grande porte). Foram entrevistadas 10 profissionais de duas equipes da APS a partir do aplicativo de comunicação Zoom. A análise realizada foi com base na perspectiva de “Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano”. As práticas discursivas das trabalhadoras relataram mudanças no processo de trabalho nas unidades como alterações nas escalas de trabalho, utilização de EPI’s, suspensão de consultas eletivas, centralidade nas atividades de urgência e emergência, entre outras mudanças também com especificidades da rede de saúde de cada um dos territórios. As mudanças na forma de produzir cuidado geraram nos profissionais afetos como angústia, preocupação, medo, nervosismo, necessidade de adaptação constante, capacidade de improvisação, sobrecarga de trabalho, proximidade com a morte, vivência do luto. As relações familiares foram trazidas relacionadas ao medo ou responsabilidade no risco de contágio da doença. Houve relações intersubjetivas entre os grupos das equipes e na relação entre profissionais e usuários. Neste sentido, consideramos que houve uma dinâmica de afetação entre os diferentes sujeitos envolvidos no cuidado em saúde e, portanto, a produção de novos sujeitos. Diante disso, as novas formas e desafios presentes no cuidado durante a pandemia produziram novas formas de afetação e processos de subjetivação nas trabalhadoras da saúde na APS.