Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Arpon, Karina Varella |
Orientador(a): |
Maldonado Junior, Arnaldo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43247
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Resumo: |
Aspidodera raillieti é um nematódeo da família Aspidoderidae, parasito de marsupiais, e apresenta ciclo monoxênico. No Brasil, A. raillieti foi registrado nos estados do Amapá, Pará, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul parasitando diversas espécies de marsupiais da família Didelphidae. O presente trabalho teve por objetivo conhecer os padrões de estrutura populacional de A. raillieti ao longo da Mata Atlântica, baseado na diversidade genética e fenotípica. Os padrões de estrutura populacional foram determinados com base no gene mitocondrial citocromo c oxidase subunidade 1 (MT-CO1), através de inferências filogenéticas, análises de estruração populacional a partir de análise de variância molecular, índice de fixação e testes de neutralidade. A morfologia e morfometria foram analisadas por microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. Cento e noventa e três espécimes de A. raillieti, parasitos de Didelphis aurita, Didelphis albiventris e Philander quica, resultaram em 118 haplótipos que se agruparam em quatro clados nas análises filogenéticas e redes de haplótipos. Clado I foi formado por espécimes parasitos de D. albiventris de Porto Alegre, RS e de Didelphis pernigra da Bolívia; clado II: espécimes parasitos de D. albiventris de Santa Rita e Mamanguape, PB, e de Porto Alegre, RS; clado III: espécimes parasitos de D. aurita do Rio de Janeiro e Paraty, RJ, de Cariacica, ES, e Curitiba, PR, parasitos de D. albiventris de Santa Rita e Mamanguape, PB e clado IV: espécimes parasitos de D. aurita do Rio de Janeiro, Paraty e Petrópolis, RJ e Curitiba, PR, por parasitos de D. albiventris de São Gonçalo do Sapucaí, MG, Curitiba, PR, e Porto Alegre, RS, e parasitos de P. quica de Santo Amaro da Imperatriz, SC Estes clados mostraram elevada diferenciação genética, o que indica ausência ou baixo fluxo gênico. Não foi observada estruturação associada às localidades, o que foi corroborado pelo teste de Mantel, que indicou baixa correlação entre distância geográfica e distância genética. Também não foi observada estruturação associada às espécies hospedeiras. Os clados III e IV ocorrem em simpatria nas localidades de Paraty e Rio de Janeiro, RJ e possuem assinatura de expansão populacional sugerindo serem decorrentes de eventos demográficos ou seleção purificadora. Análises morfológicas dos espécimes sequenciados permitiram identificadar variações intra e interpopulacionais em estruturas presentes na coifa cefálica dos nematódeos, particularmente nas projeções interlabiais e no poro presente no ápice dessas projeções, que não estão correlacionadas com os clados recuperados nas análises moleculares ou com as espécies hospedeiras. Também não foi observada diferenciação morfométrica entre espécimes de A. raillieti de diferentes espécies hospedeiras. Porém, foi observada diferenciação morfométrica entre algumas localidades, formando dois grupos principais. Estes achados permitiram concluir que há estruturação genética, de forma análoga aos agrupamentos identificados através da morfometria, que sugerem correlação com eventos pretéritos. Além disso, os clados I, III e IV são congruentes com os biomas florestais, enquanto clado II parece ser congruente com biomas de formações abertas. |